Integração entre editoras Companhia das Letras e Objetiva está consolidada

Ambas formam agora o Grupo Companhia das Letras

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Por Ubiratan Brasil
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A fusão entre as editoras Companhia das Letras e Objetiva se completou oficialmente na última quarta-feira, quando foi divulgada a criação do Grupo Companhia das Letras. Com isso, a empresa Editora Schwarcz controlará a gestão e 55% das ações do novo grupo, tendo como sócia a Penguin Random House, que deterá os outros 45% de participação.

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“Na prática, isso significa uma participação mais ativa dos publishers - agora com plena responsabilidade na gestão da empresa - e também de uma divulgação mais ativa, especialmente dos autores que vieram do catálogo da Objetiva”, comenta Luiz Schwarcz, comandante do grupo. Roberto Feith, que deixou o comando diário da Objetiva na semana passada, passa a ser consultor da diretoria, editor especial e representante nas entidades de classe do Grupo Companhia das Letras.

O processo de integração das duas editoras começou em 2014 quando foi montada uma nova estrutura editorial. Em janeiro deste ano, foi dado o passo seguinte, com a fusão das equipes de vendas. E, para o primeiro semestre deste ano, estão previstas a integração de sistema e das áreas administrativas, bem como a mudança do estoque para um novo depósito. 

Fusão. Luiz Schwarcz (E) e Roberto Feith: novas funções Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Schwarcz conta que a reestruturação também chamou atenção dos autores, especialmente os editados pela Objetiva. “Na semana passada, conheci a Berenice (de Carvalho Batella Ribeiro, viúva de João Ubaldo Ribeiro) e sei que o (Luis Fernando) Verissimo já participa da divulgação escolar, um trabalho da Companhia que vai contar também com a obra de Manoel de Barros e Mário Quintana.”

Certos selos serão reestruturados, como o Fontanar, que enfrentou um problema de identidade e agora trata de autoajuda.

Com a fusão consumada, o Grupo Companhia das Letras passa a contar com 19 selos que lançam em média 45 novos títulos por mês e exibindo cerca de 5 mil títulos ativos em seu catálogo. Em 2014, as editoras Companhia das Letras e Objetiva venderam conjuntamente 7,5 milhões de exemplares (incluindo e-books) e tiveram 59 títulos na lista dos mais vendidos do PublishNews. 

A união dos catálogos prevê ainda a formação de um timaço de autores, tanto nacionais (Milton Hatoum, Lygia Fagundes Telles etc.) como estrangeiros (Mario Vargas Llosa, Amós Oz, entre outros).

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Na nova estrutura, os publishers terão uma gestão mais participativa no grupo. “Eles ganham oportunidade não só de comandar comigo a linha editorial, como também a de representar a editora nacional e internacionalmente”, comenta Schwarcz. “O Grupo Penguin Random House tem promovido a integração internacional em eventos, onde não só a linha editorial é discutida, como também visões de futuro do mercado e técnicas editoriais são compartilhadas; abre-se assim um novo horizonte para a jovem equipe que comanda conosco o novo grupo editorial.”

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