Prêmio Nobel de Literatura: Veja quem ganhou na última década e seus livros publicados no Brasil

Academia Sueca revela nesta quinta, 6, o novo vencedor ou vencedora do Nobel de Literatura

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Por Redação

O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2022 será revelado às 8h desta quinta-feira, 6, em Estocolmo. Nas listas de apostas, aparecem ‘velhos candidatos’ ao Nobel, como o queniano Ngugi Wa Thiong’o e o japonês Haruki Murakami, e nomes como Salman Rushdie e Ludmila Ulitskaia, imaginando que a Academia Sueca se deixaria influenciar por um fato para além de uma carreira literária, como o ataque sofrido em agosto pelo escritor nos Estados Unidos ou para se posicionar contra Putin e sua guerra na Ucrânia, no caso da autora de As Meninas.

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Entre outros autores lembrados às vésperas do anúncio do mais prestigioso prêmio literário estão ainda Annie Ernaux, Joyce Carol Oates, Maryse Condé e Margaret Atwood. Desde a criação do prêmio, em 1901, apenas 16 mulheres foram premiadas - a sueca Selma Lagerlöf foi a primeira, em 1909.

Os escritores e escritoras que aparecem na lista a seguir foram publicados por editoras brasileiras, em alguns casos após o prêmio, e estão nas livrarias do País.

Conheça os mais recentes vencedores do Prêmio Nobel de Literatura

Abdulrazak Gurnah (2021)

Abdulrazak Gurnah, vencedor do Nobel de 2021  Foto: Daniel Irungu/EFE

O tanzaniano Abdulrazak Gurnah cresceu na ilha de Zanzibar, mas se refugiou na Inglaterra no final dos anos 1960. É autor de Paradise (1994), entre outros nove romances inéditos no Brasil. Para a Academia, recebeu o prêmio “por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes”.

Livros: Sobrevidas (Companhia das Letras)

Louise Glück (2020)

A norte-americana Louise Glück recebeu o Nobel de Literatura “por sua inconfundível voz poética que, com austera beleza, torna universal a existência individual”. É conhecida por sua poesia com expressões francas de tristeza e isolamento e de forte caráter social.

Livros: Poemas 2006-2014 e Receitas de Inverno da Comunidade (Companhia das Letras)

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Peter Handke (2019)

O austríaco Peter Handke recebeu o Nobel de Literatura em 2019 “por um trabalho influente que, com engenhosidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”. Prolífico, com mais de uma centena de livros publicados, criou controvérsia ao receber o Nobel, por conta de seu posicionamento anti-OTAN e a favor da Sérvia, negando o massacre de muçulmanos bósnios e causando desconforto na comunidade literária.

Livros: Peças Faladas (Perspectiva), Ensaio Sobre o Cansaço, Ensaio Sobre Um Dia Exitoso, Ensaio Sobre o Louco Por Cogumelos, Ensaio Sobre a Jukebox, Don Juan (Narrado Por Ele Mesmo) e A Perda da Imagem ou Através da Sierra de Gredos (todos pela Estação Liberdade)

Olga Tokarczuk (2018)

A polonesa Olga Tokarczuk foi laureada com o Nobel de Literatura “por uma imaginação narrativa que, com paixão enciclopédica, representa o cruzamento de fronteiras como uma forma de vida”.

Livros: Sobre os Ossos dos Mortos e Correntes, além do infantil A Alma Perdida (Todavia)

Kazuo Ishiguro (2017)

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Em 2017, foi a vez de Kazuo Ishiguro, “que, em romances de grande força emocional, descobriu o abismo sob nosso ilusório senso de conexão com o mundo”. Misturando drama com ficção científica, é autor de livros marcantes.

Livros: Não me Abandone Jamais, Klara e o Sol, O Gigante Enterrado, Quando Éramos Órfãos, Um Artista do Mundo Flutuante, Os Vestígios do Dia, Noturnos e Minha Noite no Século Vinte e Outros Pequenos Avanços: O Discurso do Nobel (Companhia das Letras)

Bob Dylan (2016)

Em 2016, surpresa no Nobel de Literatura com a premiação do cantor, compositor, escritor, ator, pintor e artista visual norte-americano Bob Dylan — “por ter criado novos modos de expressão poética no quadro da tradição da música americana”, de acordo com a Academia Sueca. É o primeiro e único artista na história a ganhar, além do Prêmio Nobel, o Pulitzer, o Oscar, o Grammy e o Globo de Ouro. Como escritor, publicou o livro Tarântula.

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Livros: Letras 1961-1974, Letras 1975-2020 (Companhia das Letras) e Crônicas (Planeta)

Svetlana Alexijevich (2015)

Por conta de “seus escritos polifônicos, um monumento ao sofrimento e à coragem em nosso tempo”, a escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Alexijevich faz uma crônica pessoal da história de mulheres e homens soviéticos e pós-soviéticos com obras potentes como A Guerra não Tem Rosto de Mulher e Vozes de Tchernóbil: Crônica do Futuro. Svetlana na TV Estadão.

Livros: Vozes de Tchernóbil: Crônica Do Futuro, O Fim do Homem Soviético, A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, Meninos de Zinco e As Últimas Testemunhas: Crianças na Segunda Guerra Mundial (Companhia das Letras)

Svetlana Alexijevich em 2020, no Festival de Cinema de Berlim Foto: Vasily Fedosenko/Reuters

Patrick Modiano (2014)

O francês Patrick Modiano foi agraciado com o Nobel “pela arte da memória com a qual ele evocou os destinos humanos mais inatingíveis e descobriu a vida do mundo da ocupação [alemã]”. Suas obras falam muito sobre a Segunda Guerra Mundial e a ocupação da França pela Alemanha nazista, com títulos como Na Rua das Lojas Escuras e Dora Bruder.

Livros: Remissão da Pena, Flores da Ruína e Primavera de Cão (Record) e Ronda da Noite, Uma Rua de Roma, Trilogia Patrick Modiano e Para Você Não se Perder no Bairro (Rocco)

Alice Munro (2013)

A canadense Alice Munro, classificada pela Academia Sueca como “mestra do conto contemporâneo”, é considerada uma das principais escritoras da atualidade em língua inglesa.

A escritora canadense Alice Munro Foto: Mike Cassese/Reuters

Livros: Vida Querida, Falsos Segredos, O Progresso do Amor, Fugitiva, O Amor de Uma Boa Mulher, As Luas de Júpiter, A Vista de Castle Rock e Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento (Biblioteca Azul/Globo)

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Mo Yan (2012)

Autor de livros como Peito Grande, Ancas Largas e Mudança, o chinês Mo Yan — muitas vezes comparado com o estilo de Gabriel García Márquez — foi reconhecido por conta de seu “realismo alucinatório [que] funde contos populares, história e contemporaneidade”.

Livro: As Rãs (Companhia das Letras)

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