Como Shakespeare, entende que o público quer cheiro de vida naquilo que vê num palco. Quer ver-se no palco, quer saber-se falado pela história a que assiste - e esse é o sentido último de qualquer arte. Nessas condições especiais, ela, a arte, diz respeito a todos e não apenas a um punhado de especialistas e críticos. Lope é desses autores muito populares em seu tempo e que atravessaram os séculos banhados pela aura de clássico.
Esse signo da paixão está lá, explícito no conteúdo do filme, mas nem tanto em sua forma. Se ficamos satisfeitos ao saber mais sobre o personagem Felix Lope de Vega, terminamos insatisfeitos por ver recriada na tela a sua época e espírito de maneira um tanto acadêmica. Faltou dar um sabor mais profundo e apimentado a essa cinebiografia em seu todo bastante correta.
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