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Concertos de Andris Nelsons à frente da Sinfônica de Boston chegam ao Itunes

Regente nascido na Letônia foi um dos cogitados para suceder Simon Rattle na direção da Filarmônica de Berlim no ano de 2018

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Por Redação
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Andris Nelsons, 36 anos, é o mais recente prodígio da batuta oriundo da Letônia, o pequeno país de 2,2 milhões de habitantes que faz fronteira com a Rússia e é um celeiro fértil de grandes músicos como o maestro Mariss Jansons e o violinista Gidon Kremer, entre outros. Seu nome foi um dos cogitados para suceder Simon Rattle na direção da Filarmônica de Berlim, que o inglês deixará na temporada de 2018. O próprio Nelsons considerou prematuro este tipo de sondagem. E optou por outra orquestra. E que orquestra. Tornou-se, em setembro do ano passado, o décimo quinto diretor musical e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Boston, uma das instituições mais prestigiadas dos Estados Unidos e uma das grandes no mundo.

Depois de estudar na Letônia, comandou a ópera e a orquestra locais. Entre 2006 e 2009, foi titular da Nordwestdeutsche Philharmonie em Herford, Alemanha. Desde 2008 dirige a orquestra sinfônica de Birmingham, na Inglaterra - a mesma que Rattle comandou por quase vinte anos antes de assumir em Berlim. Faz sua última temporada em Birmingham, naturalmente, este ano.

Em Lucerne. Regente de 36 anos é a nova força de seu país Foto: The New York Times

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Seus primeiros concertos como titular em Boston, em setembro de 2014, acabam de compor o cardápio de um CD lançado pelo selo da própria orquestra, BSO Live, com duas obras muito conhecidas: a abertura de Parsifal, de Wagner; e a Sinfonia no. 2 de Jean Sibelius (download em iTunes por 9,99 dólares).

Primeiro Parsifal. A versão é magnificente, poderosa, com imensas sonoridades. Ele sabe manipular o balanço entre os naipes sinfônicos, modela as frases com eletricidade e musicalidade. Já a segunda sinfonia de Sibelius, foi escrita em 1901, logo após seu maior sucesso, o curto poema sinfônico Finlandia, que se transformou num segundo hino nacional de seu país. 

A sinfonia também assumiu um papel simbólico na condição de canto de combate dos finlandeses contra o domínio russo. É uma obra romântica, que respira heroísmo. Ideal para Nelsons mostrar seu diversificado talento. No Vivacissimo, ele doma a virtuosidade dos músicos de Boston para não transformá-la num sim em si mesma, porque o scherzo é um movimento perpétuo explorando sobretudo os registros extremos, dos contrabaixos aos violinos. Nelsons brilha ainda ao conduzir o sombrio, lento Andante ma rubato. E se impõe definitivamente no grandioso Allegro moderato final. Uma sinfonia empolgante, tanto quanto a leitura de Nelsons à frente dos músicos de Boston.

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