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‘Eu vim pra confundir’: autoria de bordão é do Chacrinha ou de Tom Zé? Entenda o caso

Recentemente, Tom Zé reivindicou nas redes sociais a autoria do bordão que ganhou o País nos anos 1980

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Por Redação
Atualização:
O cantor Tom Zé em 2022 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Eu vim pra confundir, não pra me explicar”. A frase, que virou bordão popular na boca de Chacrinha (1917-1988) nos anos 1980, teve sua real autoria posta em xeque por Tom Zé no dia 22 de agosto. Isso porque o cantor publicou em seu Instagram uma matéria escrita em 1976 que explica - com o perdão do trocadilho - que o célebre dito teria vindo de sua caneta antes de ganhar a televisão.

A frase, segundo ele, viria originalmente da música , composição dele com Élton Medeiros, que saiu no disco Estudando o Samba, de 1976 - portanto, antes de Chacrinha estrear seu famoso Cassino na Rede Globo.

O apresentador José Abelardo Barbosa De Medeiros, o Chacrinha, durante seu programa de auditório na TV Bandeirantes Foto: Alfredo Rizzutti/Estadão

A matéria em questão assinada por Nei Duclóis afirma que a frase surgiu primeiro com a música, antes de se popularizar com o bordão de Chacrinha. Só em 1990 o álbum se tornou, de fato, popular, tendo sido citado no New York Times. Veja um trecho da letra:

Eu ‘to te explicando

Pra te confundir

Eu 'to te confundindo

Pra te esclarecer

Tô - Tom Zé

“Há décadas circula esse dito. A autoria da frase é atribuída a Chacrinha, então infinitamente popular. O bordão é repetido até hoje”, escreve o músico. Veja a postagem:

Porém, ao Estadão, o escritor e pesquisador Denílson Monteiro, biógrafo de Chacrinha, reivindica ao próprio apresentador a autoria da frase.

O autor de Chacrinha: A Biogra­fia (2014) encontrou um trecho do extinto Jornal dos Sports do dia 31 de dezembro de 1975 – portanto, um ano antes da música de Tom Zé - em que o apresentador cita a frase.

Chacrinha, Jornal dos Sports Foto: Divulgação / Acervo Pessoal Denilson Brandão

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No trecho da coluna de Cidinha Campos, Abelardo Barbosa deseja um bom 1976 aos leitores, e reforça, com direito as extensões silábicas popularizadas por ele mesmo: “Eu quero reaaalmente que o povo saiba que vim para confundir, e não para explicar!”, lê-se no texto.

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