John Fogerty, do Creedence, recupera direitos sobre suas músicas 50 anos depois

Compositor de sucessos como ‘Have You Ever Seen the Rain’ travou disputa para rescindir contrato com gravadora

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Por Redação

Após meio século de disputas legais, o roqueiro John Fogerty, do Creedence Clearwater Revival, anunciou nesta quinta-feira, 12, que voltou a ser o proprietário majoritário dos direitos sobre suas músicas.

A decisão encerra uma das mais longas e amargas disputas por direitos autorais da história da música, que Fogerty, 77, compositor de sucessos como Have You Ever Seen the Rain, havia perdido devido ao que descreveu como um mau negócio.


John Fogerty, fundador do Creedence Clearwater Revival Foto: Brendan McDermid/ Reuters

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Em meados da década de 1960, o magnata do entretenimento Saul Zaentz assinou um contrato com Fogerty e o restante do CCR com a Fantasy Records. O acordo foi alvo durante décadas de ações judiciais, ganhou a atenção da imprensa e resultou em um hiato na carreira artística de Fogerty.

Quando o CCR se separou, no começo dos anos 1970, Fogerty se irritou com a Fantasy Records, mas não podia rescindir seu contrato sem ceder ainda mais direitos autorais a Zaentz. Os processos que se seguiram incluíram um caso de evasão fiscal e uma ação por plágio movida por Zaentz.



Fogerty passou longos períodos sem gravar e se recusou a interpretar músicas da banda durante anos. Em 2004, a Concord comprou a Fantasy, mas Forgerty seguia sem recuperar seus direitos.

Recentemente, o roqueiro fez uma oferta, com detalhes financeiros não divulgados, que a Concord subscreveu: “A partir de janeiro, volto a ser dono das minhas próprias músicas. Nunca pensei que fosse possível”, publicou o artista em seu site.

A Concord mantém a propriedade dos direitos das gravações master do CCR que já detém, enquanto o acordo com Fogerty se aplica aos direitos de publicação disponíveis para os compositores. Fogerty mantém todos os direitos sobre seu trabalho solo.

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A medida vai de encontro à tendência atual no mundo da música, que viu estrelas como Bob Dylan, Bruce Springsteen e Sting venderem tanto direitos de publicação quanto direitos autorais por grandes quantias.

O presidente da Concord, Bob Valentine, que vê na obra de Fogerty “algumas das melhores composições do século 20″, disse que, “dadas as circunstâncias únicas envolvendo a relação de John com a Fantasy, estamos mais do que satisfeitos de chegarmos a um acordo”.


A partir de janeiro, volto a ser dono das minhas próprias músicas. Nunca pensei que fosse possível

John Fogerty

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