O nome do palco secundário do Rock In Rio, Sunset, é diretamente ligado ao clima de fim de tarde, shows intimistas. Mas para quem ficou diante da estrutura montada na Cidade do Rock, na tarde desta sexta-feira, 18, esse pôr-do-sol parece ter demorado uma eternidade. Quando chegou, contudo, fez valer as horas de desconforto debaixo do sol forte. Melhor para Lenine, escalado como terceira atração do espaço, que subiu ao palco às 18h.
Em sua terceira oportunidade no Rock In Rio, segunda em território brasileiro, ele apostou em algo grandioso, em vez do intimismo que o palco pede. Trouxe uma big band de nada menos do que 50 músicos, chamados ao seu lado aos poucos, para representar ao vivo a totalidade do novo projeto, Carbono.
Com Nação Zumbi, Martin Fondse Orchestra, Leitieres Leite e a Orkestra Rumpilezz, Tó Brandileone, entre tantos outros, o pernambucano fez do Rock In Rio a sua casa. Teve o nome gritado a cada intervalo, conduziu o público com palmas e trouxe o maracatu para o festival de pop e rock. E o público cantou junto.
Lenine foi ousado em apostar em Carbono. Não que hits como Paciência tenham ficado de fora, mas o espaço para as canções da nova safra foi muito maior. Mas na dança entre público e artista, Lenine foi correspondido. Simples assim, do novo disco, por exemplo, parecia uma velha conhecida do repertório. E, convenhamos, sem aquele sol forte na cabeça, tudo fica mais fácil leve.
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