Nina Becker canta Dolores Duran em novo disco

CD privilegia o repertório menos explorado e as canções mais 'ensolaradas' da cantora que morreu em 1959

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Por Paula Carvalho
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No dia seguinte à morte de Dolores Duran, em 24 de outubro de 1959, o cronista Antônio Maria escreveu: "Nunca a vi que não dissesse estar apaixonada. Não dizia por quem. Vi-a, pela última vez na madrugada da última quinta-feira, no Kilt Bar. (...) Foi sentar-se sozinha, a uma mesa escanteada. Atirou-me um amendoim, para que eu a olhasse, e gritou de lá: 'Estou tão apaixonada, e quero ficar aqui quietinha. Posso?".

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Mesmo que de um amigo da época, a imagem contribuía para a ideia de Dolores como a mulher das boates e fossas. A cantora, que morreu com 29 anos, teve vários namorados, viveu intensamente e passou por um rápido casamento. Mas, como mostra a biografia de Rodrigo Faour (Dolores Duran - A Noite e as Canções de Uma Mulher Fascinante, Ed. Record, 2012), era piadista, politizada e culta. É este lado menos clichê, que Nina Becker traz em seu novo disco, Minha Dolores, que ela lança neste sábado, 24, no Sesc Pompeia (R. Clélia, 93, tel. 3871-7700, ingressos: R$ 3,20 a R$ 16).Segundo a pesquisa de Faour, Dolores escreveu 35 músicas, mas foi a compositora mulher mais gravada do Brasil. Por isso, Nina diz ter privilegiar o repertório menos explorado da cantora. Das mais conhecidas, só entraram Solidão e a parceria com Tom Jobim Estrada do Sol.

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