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Repertório vai do frevo aos Stones

Por Agencia Estado
Atualização:

Na época do vinil, quase todos os LPs eram precedidos por compactos (simples ou duplos) que serviam como aperitivo do que os artistas ofereceriam mais tarde. Na maior parte dos casos, as músicas apresentadas antecipadamente eram mais tarde incorporadas ao repertório do LP, mas não eram raros os casos de músicas que "por fata de espaço ou de qualidade" eram simplesmente descartadas. Singles, a outra raridade de Todo Caetano, é uma coletânea destas canções lançadas em compactos de 33 rotações por minuto, quase todas inéditas em CD no Brasil e que, anteriormente, só havia sido lançada no Japão. A compilação abrange 13 anos, com gravações produzidas entre 1968 e 1981. Tão extensa quanto eclética, a seleção inclui duas músicas de Jorge Ben (Amante Amado e Charles Anjo 45, esta com a participação do autor nos vocais), frevos do carnaval baiano (O Bater do Tambor, Armandinho e Frevo do Trio Elétrico), uma marchinha de Braguinha (Yes, Nós Temos Banana), uma música de Lupicínio Rodrigues, que Caetano gravou poucos dias depois de ser apresentado ao autor, em Porto Alegre, em 1974 (Felicidade), uma rara parceria de Tom Jobim com Dolores Duran (Por Causa de Você), o fado Uma Casa Portuguesa e até uma inusitada interpretação para Let It Bleed, de Mick Jagger e Keith Richards. Entre as compostas pelo próprio Caetano estão o Samba da Cabeça, uma parceria dele com Torquato Neto (Ai de Mim, Copacabana) e até a interpretação de É Proibido Proibir, que acabou se transformando em um manifesto, durante o Festival da Canção Popular, quando o compositor ficou revoltado por ter sido vaiado e começou a discursar no palco. A letra no encarte reproduz o discurso e traz um dos poucos erros da caixa, ao grafar o nome de Cacilda Becker com dois "s".

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