A Federação Internacional da Indústria Fonográfica, IFPI, divulgou na manhã desta terça, 22, os números sobre o setor musical relativos ao ano de 2021. Um crescimento vertiginoso, sobretudo no Brasil, se dá graças ao aumento dos assinantes de serviços de streaming, como Spotify, Deezer e Apple. Em comparação com 2020, o mercado global de música gravada cresceu 18,5%. O total de assinantes do planeta, aponta a pesquisa, é de 523 milhões.
As vendas de formatos físicos como CDs, vinil e DVDs também tiveram aumento nesse período. Não representam volume relevante no montante final, como dizem especialistas, mas cresceram 16,1 % em comparação com o ano anterior. Ao todo, a receita do físico fica em 0,6% do total das receitas da indústria da música. Os CDs tiveram maior crescimento, rendendo R$ 7 milhões (crescimento de 56,5%), seguido pelos DVDs (crescimento surpreendente de 337%) e discos de vinil (com uma produção 28,1% maior que a de 2020, com um faturamento de R$ 2,3 milhões).
O Brasil está em linha de crescimento no setor musical há seis anos, também em virtude da explosão dos streamings. Os valores totais negociados com música, em 2021, batem os R$ 2,111 bilhões, algo como 32% de aumento. O País está em 11º no ranking mundial do IFPI e ainda existe margem para crescimento. Segundo Paulo Rosa, presidente da Pro-Música, entidade que representa produtores de música no Brasil e que ficou responsável pela divulgação por aqui, a fotografia mostra o Brasil seguindo uma expansão mundial. “É o que vem acontecendo nos últimos seis ou sete anos. O streaming se firmou como principal modelo da indústria.” Uma indústria, que, para ele, não é mais indústria. “Melhor chamarmos agora de setor.”
Do outro lado. Alguns artistas da chamada cadeia produtiva, como cantores, instrumentistas e compositores, podem fazer ressalvas ao lerem tais notícias. Afinal, se o mercado cresce tanto, porque o que eles recebem com relação aos direitos autorais pagos pelas plataformas não seguem o mesmo crescimento? Há muitas questões que envolvem a nova realidade, e que ainda não foram explicadas. As companhias digitais não pagam, por exemplo, os chamados direitos conexos, relativos aos instrumentistas que tocaram nas faixas.Veja a lista das músicas (e seus respectivos artistas) mais ouvidos em streaming em 2021
1. Batom de Cereja (Ao Vivo) Israel & Rodolffo
2. Meu Pedaço de Pecado João Gomes
3. Facas (Ao Vivo) Diego & Victor Hugo, Bruno & Marrone4. Baby Me Atende Matheus Fernandes & Dilsinho
5. Ele É Ele, Eu Sou Eu Wesley Safadão & Os Barões Da Pisadinha
6. Tapão Na Raba Raí Saia Rodada
7. Arranhão (Ao Vivo) Henrique & Juliano
8. Coração Na Cama Hugo & Guilherme
9. Só Não Divulga Fernando & Sorocaba, Tarcísio do Acordeon
10. Ficha Limpa Gusttavo Lima
11. Disco Arranhado Malu Universal
12. Paradigmas Jorge & Mateus
13. Morena Luan Santana
14. Segue Sua Vida (Ao Vivo) Zé Neto & Cristiano
15. Bipolar Mc Davi, Mc Pedrinho & Mc Don Juan
16. Troca de Calçada Marília Mendonça
17. Quero Ver é Me Esquecer (feat. Jorge) (Ao Vivo) Os Barões Da Pisadinha
18. Esquema Preferido (feat. Tarcísio do Acordeon) DJ Ivis Independent Artist
19. Vida Louca Mc Poze do Rodo, Neo Beats & Mainstreet
20. Lance Individual Jorge & Mateus
Correções
Diferentemente do que foi informado anteriormente, o crescimento da música no Brasil é de 32% e não 18,5%.
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