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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Aquaman inunda a 'Tela Quente' com o esplendor da DC Comics

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Que Namor, o Príncipe Submarino, muito bem vivido por Tenoch Huerta em "Wakanda Para Sempre", perdoe a gente, mas o Rei dos Mares das telonas é o gaudioso Aquaman, como prova o filmaço que a Globo vai exibir no dia 12 de dezembro. Nas bancas, o herói usa seu tridente em prol do Bem nas HQs da Liga da Justiça, editadas aqui pela Panini. Nos EUA, a DC comics vem publicando "Aquamen". Desfeito o circo midiático formado em torno do julgamento envolvendo a atriz Amber Heard e o ator Johnny Depp, nos EUA, que mobiliza o mundo jurídico, a TV Globo escala o mais pop de todos os trabalhos da estrela de "The Ward - Aterrorizada" (2010), o fenômeno de público "Aquaman" (2018) para a "Tela Quente" desta segunda, agendada para 22h25, logo depois de "Travessia". Ou seja: é noite de Jason Momoa na TV aberta. É um pilar do terror, James Wan, o mesmo diretor de "Jogos Mortais" (2004), quem pilota a produção.

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Cria das trevas, responsável por uma das franquias que melhor assombrou a última década na seara do pavor ("Invocação do Mal"), Wan foi contratado pela DC Comics/Warner para dirigir "Aquaman" não apenas por sua artesania sofisticada ou por sua forte comunicabilidade com multidões. A intimidade do realizador australiano (de DNA meio malaio, meio chinês) com a fantasia pesou. Era necessário alguém com o entendimento do que existe de subtexto fantástico... ou mais, de mágico... nas jornadas heroicas a fim de eliminar do Rei dos Mares toda a chacota em torno de sua figura. Chacota decorrente do desenho animado caricato estrelado por ele de 1967 a 1970 na rede CBS, com direito a cavalo marinho como montaria. É o domínio (crescente) de Wan sobre as narrativas da magia que torna esta aventura solo do super-herói criado em 1941 (por Paul Norris e Mort Weisinger, na edição número 73 do gibi "More Fun Comics") uma das pipocas mais saborosas de 2018, quando a Marvel reinou só, com "Pantera Negra" e "Vingadores: Guerra Infinita".

Vigilante marvete algum pode se queixar da verve heroica (e debochada... e abusada... e sexy) de Jason Momoa como Arthur Curry, o alter ego do legítimo Rei da Atlântida. Momoa é um poço de carisma, alinhado à incorreção política, salpicando provocação a uma narrativa que lembra "Excalibur", de John Booman. A trama, supervisionada pelo editor e quadrinista Geoff Johns (de "Hawkman"), é pautada pela guerra ao trono do Reino Submarino. E é temperada pela marca autoral de Wan: seus filmes sempre se estruturam sob a lógica de alguém que produz o Mal por algum ato negligente (como se vê aqui na gênese do humanizado vilão Manta Negra, também chamado Arraia Negra), sobre formas de orfandade (Curry é abandonado pela mãe, Atlanna, vivida por Nicole Kidman, quando guri) e sobre manifestações de amor um tanto fora de época, assumidamente cafonas, como se vê no cinema romântico da Ásia.

 Foto: Estadão

Há uma breguice explícita no enamoramento entre Aquaman e a princesa Mera (papel de uma Amber Heard no auge do talento). São bregas também as tramas melodramáticas paralelas, ligadas ao fato de o inimigo nº1 do protagonista ser seu irmão invejoso, Orm, o Mestre do Oceano, vivido por Patrick Wilson, ator xodó de Wan. A explícita cafonice personaliza o filme como fábula, sem diluir a injeção de adrenalina que o diretor aplica no roteiro a cada virada, com sequências de ação de rigoroso apuro plástico (sobretudo a luta de Atlanna nos minutos iniciais). Repleto de bons atores, incluindo Willem Dafoe como Vulko (o Paulo Guedes da Atlântida), o longa-metragem ainda repagina o astro brucutu Dolph Lundgren, perfeito no papel do Rei Nereus. Igualmente inspirada é a atuação de Yahya Abdul-Mateen II como Manta... e/ou Arraia Negra. Na versão brasileira, um dos melhores dubladores do país na atualidade, Francisco Júnior, dá voz a Aquaman. E Luisa Palomanes dubla Mera.

Atenção: "Aquaman 2" já está em produção, também com o Wan na direção, com direito a Ben Affleck como Bruce Wayne. Estreia em 25/12/2023.

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