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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Carlos Saura lança .doc sobre artes visuais

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Aos 90 anos, Carlos Saura investiga espaços urbanos de grafite e pintura em "Las Paredes Hablan" Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Fazendo valer toda a experiência e toda a sagacidade acumuladas ao longo de 66 anos de carreira, em suas 90 primaveras de vida, Carlos Saura está chegando a San Sebastián nesta terça, para exibir o novo longa-metragem de uma obra que encantou o planeta com "Cría Cuervos" (Grande Prêmio do Júri em Cannes, em 1976) e "Depressa, Depressa" (Urso de Ouro na Berlinale de 1981): "Las Paredes Hablan". Ano passado, o realizador espanhol veio até Donostia (nome da cidade na língua do local, o euskera), no norte de seu país natal, a fim de abrir o evento com o curta-metragem "Rosa, Rosae. A Guerra Civil" (2021). Em seguida, levou ao Festival do Cairo, no Egito, o arrebatador longa "El Rey De Todo El Mundo", misturando dança e cinema. Agora, seu novo exercício autoral é um .doc de 75 minutos sobre o mundo da arte, retratando a relação entre a criação pictórica (pintura, grafite, desenho) e o espaço do muro (ou da pedra, no caso das cavernas) como tela. Por isso, flana das primeiras expressões gráficas na pré-História até as vanguardas, dando um pulo até as inquietas manifestações poéticas das periferias contemporâneas. Ele dirige e "atua", participando da narrativa como um investigador. Incluído na 70ª edição de San Sebastián fora da disputa pela Concha de Ouro, "Las Paredes Hablan" foi filmado em 14 locais, como as grutas de Puente Viesgo e Altamira, na Cantábria, com uma passada pelo sítio arqueológico Atapuerca, em Burgos. Saura não se esqueceu das ruas coloridas de Barcelona, nem dos bairros grafitados de Madri.

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