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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Wakanda Para Sempre' agita o mercado pop

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Angela Bassett só vê crescer as apostas em torno de sua possível indicação ao Oscar de Melhor Coadjuvante, em 2023  

Rodrigo Fonseca Tá um esplendor a edição nº 45 de "Vingadores", trazida pra nós pela Panini, em que o Pantera Negra (T'Challa) bate de frente com Namor. A editora está lançando ainda "Black Panther: Shuri Wakanda Forever", um especial dos artistas Nnedi Okorafor e Leonardo Romero. Sobre o Príncipe Submarino, vai sair em nossas bancas e gibiterias, este mês, o encadernado "Namor: As Profundezas", com texto de Peter Milligan e arte de Esad Ribic. Tudo isso é uma forma de o mercado editorial celebrar a força do mais recente longa-metragem da Marvel Comics, o doído "Pantera Negra: Wakanda para Sempre", com direção de Ryan Coogle, cuja bilheteria chegou a US$ 675 milhões no domingo. E suas cifras só crescem. Shuri (Letitia Wright) é a heroína que assume o fardo heroico do legado de suas forças ancestrais. Angela Bassett, a rainha Ramonda, mãe de T'Challa (que está morto no início de sua narrativa, em função de problemas de saúde) e de Shuri, encarada como signo de harmonia pela nação mais evoluída da Terra na geopolítica marvete, é a atração estética mais forte do longa. Um longa que chora a morte de Chadwick Boseman (1976-2020). No mundo que existe fora dos quadrinhos, Angela, hoje com 64 anos, tem recebido um reconhecimento à altura de seu talento. Ela despontou para o estrelato nos anos 1990, quando tomou para si os holofotes jogados sobre "Boyz n the Hood: Os Donos da Rua" (1991), de John Singleton (1968-2019), e sobre "Malcolm X" (1992), de Spike Lee, que a define como "amiga do peito e parceira de criação". É tão forte a especulação em torno de uma estatueta para Angela na festa de 2023 da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, agendada para 12 de março - as indicações saem em 24 de janeiro - que sua interpretação de maior prestígio, até o novo "Pantera", está de volta, via streaming: "Tina - A Verdadeira História de Tina Turner" (1993).

 Foto: Estadão

Quem zapear pelo menu da Star+ vai ser brindado com o desempenho dela no biopic da voz por trás de hits como "What's Love Got to Do with It", baseado no livro "I, Tina", escrita pela própria Turner, com Kurt Loder. Aliás, ela concorreu ao Oscar pelo papel. Ela e seu parceiro de cena, Laurence Fishburne, numa brilhante composição de Ike Turner, marido (e quizila) de Tina. Dois anos depois, ela contracenaria com Ralph Fiennes em seu maior cult, "Estranhos Prazeres" (1995), de Kathryn Bigelow. Dublada no Brasil há anos por Monica Rossi, Angela contagia plateias em "Wakanda para Sempre", ao desafiar o risco representado pela ameaça do Príncipe Submarino, Namor (Tenoch Huerta), ao dizer: "Agora, é nossa hora de atacar". Esse é o trabalho da rainha Ramonda agora que T'Challa se foi. Para alavancar a carreira comercial do file, que pode ser tornar a maior bilheteria de 2022, a ponto de destronar "Top Gun: Maverick", a Marvel está investindo na história das mulheres de Wakanda relançando "Black Panther: World of Wakanda" (2016) e investindo em textos inéditos em seu site oficial, Marvel.Com. Em https://www.marvel.com/characters/queen-ramonda/in-comics, é possível ler mais sobre Ramonda, que faz a indústria audiovisual em massa encarar Angela Bassett como estrela de futuras superproduções - e mesmo de filmes independentes - ligados à afirmação identitária das populações negras.

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