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Warner pode ganhar dois Oscars com 'Elvis', a julgar pelas premiações sindicais

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Dublado no Brasil por Léo Martins, Austin Butler conquistou o Globo de Ouro com "Elvis" Foto: Warner Bros., Divulgação

Rodrigo Fonseca Se a aritmética dos prêmios sindicais do cinemão americano ainda for quente, "Elvis" ganha os Oscars de Melhor Fotografia e de Melhor Maquiagem-Penteado neste domingo, consagrando com um par estatuetas um projeto extremamente bem-sucedido, com um faturamento de US$ 287 milhões. Já na grade da HBO Max, o filme consagra a estética lépida do australiano Baz Luhrmann na construção de uma biopic para Elvis Presley (1935-1977). Biopic que foi ovacionada em sua passagem por Cannes, em 2022. O cantor passou a vida sendo acossado e manipulado por seu empresário, o Coronel Tom Parker (1909-1997). É a partir do calvário de Parker, no fim de sua vida, que o novo e autoralíssimo longa-metragem do diretor de "Moulin Rouge" (2001) é narrado, com o apoio da mais inspirada atuação de Hanks em anos, desde "Capitão Phillips" (2013). A caracterização dele, maquiadíssimo, é de assombrar. A bússola que o cineasta usou no roteiro foi o confronto entre o jovem Mozart (Tom Hulce) e seu suposto mestre, Salieri (F. Murray Abraham) no oscarizado "Amadeus" (1984), de Milos Forman. Há uma estrutura similar na maneira como Parker explorou Elvis, levando-o a ter crises nervosas ao fazer de tudo para impedi-lo de viajar e quebrar contratos com um cassino de luxo em Las Vegas. Nevrálgica, a montagem do longa, assinada por Anton Monsted e Elliott Wheeler, vai além dos códigos do videoclipe, conversando mais com a estrutura passional de Luhrmann do que com a jogabilidade narrativa do legado da MTV. O excesso é sua assinatura. O excesso de barulho, de ginga de Elvis, bem defendido por Austin Butler (o hippie Tex de "Era Uma Vez em Hollywood") e de conturbações na cena fonográfica inundam a tela. É uma inundação de adrenalina, com peripécia atrás de peripécia. Austin foi laureado com o Globo de Ouro, em janeiro, pelo papel, e é um dos mais fortes concorrentes ao Oscar de Melhor Ator, apesar de ter o vulcão Brendan Fraser, em "A Baleia", no caminho. No Brasil, Butler foi dublado por Leonardo "Léo" Martins. Hanks ganhou a voz do dublador Marco Ribeiro, sempre brilhante.

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