“Não achei que interpretaria papéis principais”, diz Melanie Lynskey sobre ‘Yellowjackets’

Atriz neozelandesa faz sucesso na série que chega à sua segunda temporada no Paramount+

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Por Redação
Atualização:

Melanie Lynskey era uma adolescente quando fez sua estreia no cinema em Almas Gêmeas (1994), o filme de Peter Jackson sobre duas jovens e seu relacionamento intenso. Apesar dos elogios, a neozelandesa não alcançou o mesmo sucesso que sua companheira de elenco, Kate Winslet, que seria indicada ao seu primeiro Oscar logo depois, por Razão e Sensibilidade (1995), de Ang Lee, e viraria estrela com Titanic (1997), de James Cameron, pelo qual concorreu à sua segunda estatueta.

Christina Ricci como Misty e Elijah Wood como Walter na segunda temporada de Yellowjackets Foto: Kailey Schwerman/Showtime

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Mas, depois de uma sólida, embora discreta, carreira fazendo papéis coadjuvantes, inclusive em séries populares como Two and a Half Men, Lynskey finalmente está tendo o destaque que merece. A razão é Yellowjackets, a série sobre um time de futebol feminino que fica perdido em uma floresta por 19 meses depois da queda do avião em que viajavam. No presente, as agora mulheres de 40 e poucos anos precisam lidar - ou não - com os traumas daquele período, em que viram morte e recorreram ao canibalismo. A série voltou, com sua segunda temporada, em episódios semanais às sextas, no Paramount+.

Yellowjackets foi um sucesso surpreendente no ano passado com seu elenco quase inteiramente feminino que inclui estrelas dos anos 1990 como Juliette Lewis e Christina Ricci e jovens atrizes fazendo suas versões no passado. A segunda temporada, ainda mais rock’n’roll, mergulha fundo nos mistérios daquela floresta. O elenco tem novas adições: Lauren Ambrose faz Van no presente, Simone Kessell é Lottie, e Elijah Wood interpreta Walter, um detetive curioso.

Melanie Lynskey como Shauna na segunda temporada de Yellowjackets Foto: Colin Bentley / Showtime

A personagem de Lynskey, Shauna, uma dona-de-casa aparentemente pacata, tenta esconder o assassinato de seu amante, que ela desconfiava estar por trás de uma chantagem. É esse jeito de quem não oferece perigo, mas que na verdade pode esconder um poço de vingança dentro de si, que a fez também ser escalada para uma participação em The Last of Us, como Kathleen, a líder da resistência em Kansas City.

Elenco da segunda temporada da série Yellowjackets Foto: Paramount+

Em entrevista, a atriz falou sobre Yellowjackets, aqui dividida em tópicos:

Sobre a nova temporada de Yellowjackets

“Na segunda temporada, você conhece um pouco melhor as personagens. Ao mesmo tempo, nós atrizes tínhamos uma compreensão mais profunda de quem elas são como pessoas, e os roteiristas puderam mergulhar mais na sua humanidade.”

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Sobre The Last of Us e Pedro Pascal:

“Gostaria de ter realmente trabalhado com Pedro porque simplesmente o amo. Eu sou uma grande fã dele como ator, e ele é simplesmente a pessoa mais calorosa... Eu o descrevi para alguém outro dia como sendo um adorável banho de espuma quente. Ele apenas faz você se sentir tão bem, tão bem-vinda e amada. E Pedro é engraçado e ótimo. Mas realmente não tive quase contato, na cena que fizemos ele está em uma torre tentando me matar. E foi isso. Mas foi uma experiência maravilhosa trabalhar na série. Eu acho que The Last of Us e Yellowjackets são similares no fato de serem sobre pessoas comuns levadas a um ponto de desespero e tentando descobrir como sobreviver em um mundo que eles nunca acharam que iam viver.”

Sobre a chance de fazer mulheres traumatizadas e complexas:

“Eu me sinto muito feliz. Eu atuo há 30 anos e pensei que havia uma data de validade. Achei que chegaria um momento em que minha carreira terminaria. Até porque, honestamente, eu não sou uma mocinha inocente ou a atriz tipicamente bonita, então não achei que interpretaria papéis principais. Então fazer uma personagem tão complexa e interessante, sexy, enfrentando coisas terríveis, com tanta emoção e humor, com tanto para interpretar, é uma loucura para mim.”

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Sobre quanto sabe do passado de Shauna:

“Adoraria saber de tudo. Eu gostaria que houvesse um livro. É uma coisa interessante assistir à série e ver o passado ser encenado por essas atrizes incríveis na outra linha do tempo. Eu gostaria de ter isso pelo resto das temporadas e poder apenas assistir, porque ainda não sabemos muito sobre o que aconteceu no passado. E em parte tudo bem, porque, se você está interpretando alguém que não necessariamente processou tudo, não há problema em ir navegando e obtendo as informações aos poucos, porque é como as memórias ressurgem. Mas por curiosidade própria eu queria saber mais. Tento não incomodar os escritores, mas também queria muito saber.”

Melanie Lynskey em cena da segunda temporada da série Yellowjackets Foto: Paramount+

Sobre o motivo de histórias envolvendo mulheres e canibalismo terem feito sucesso:

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“É um tabu, é transgressivo. As pessoas estão interessadas em ver as mulheres ultrapassando os limites agora de uma forma que não conseguimos tradicionalmente, penso eu, na cultura e na mídia. Então acho que é isso.”

Sobre quando percebeu que Yellowjackets era especial:

“Durante a primeira temporada, eu percebi que os roteiros estavam ficando cada vez melhores. Normalmente, eu sou assim: Ai, Deus, tenho de ler um roteiro. Mas, no caso de Yellowjackets, eu me sentava e lia assim que chegava. Me pareceu um bom sinal. Mas só quando as pessoas começaram a comentar que realmente vi que o sentimento era geral.”

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