O corre-corre ou o pega pra capar, como você apreciar melhor a imagem, são formas metafóricas de descrever aqueles momentos em que não se deseja o que está acontecendo e se faz o possível e também o impossível para evitá-lo.
Quem não participa diretamente da situação só pode enxergar o lado cômico, porque de fato é assim, porém, para o animal que está correndo para evitar ser capado não há nada de hilário na situação, que se apresenta trágica.
Essa relação entre a tragédia e a comédia é antiga, é a tragicomédia, uma mistura entre o lado sério e difícil da vida com as acrobacias hilárias que nossa humanidade faz para evitá-las ou superá-las, sempre agindo no último momento, de maior perigo, perante o qual, ao se ver sob tamanha pressão, nossa humanidade se atreve a ser leve e graciosa, ainda que emergencialmente.
Afinal, não existe humor em outras espécies, só a nossa se dedica a isso.
Tragicomédia por tragicomédia, que então cada um de nós saiba representar seus papéis com a maior elegância possível, sabendo perdê-la e recuperá-la com a velocidade do riso, e ao mesmo tempo sem perder o vinco da calça nem o penteado, como James Bond.