EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Opinião|Estados do Arco Norte tem direito às riquezas do petróleo e do gás

Não faz sentido os “excluídos da energia” do Arco Norte não serem beneficiados com a riqueza da Margem Equatorial

PUBLICIDADE

Parece que em 2023, no terceiro mandato do presidente Lula, teremos um novo embate entre os “ambientalistas” da ministra Marina Silva e os “desenvolvimentistas” da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia em torno da exploração de óleo e gás na Margem Equatorial. Em 2003, o embate se deu entre a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e a também ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em torno da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Na época, prevaleceu a posição da ministra Dilma, ocasionando a saída da ministra Marina.

PUBLICIDADE

A Margem Equatorial é considerada a nova fronteira exploratória de petróleo e gás no Brasil e vai do Rio Grande do Norte ao Amapá. A nossa estimativa é que as reservas sejam de 30 bilhões de barris e a produção pode chegar a 1 milhão de barris ao dia em 2029. As descobertas recentes feitas em regiões vizinhas a essa fronteira corroboram o grande potencial existente nessa região.

Somente a ExxonMobil já soma, desde 2015, mais de 25 descobertas de hidrocarbonetos no mar territorial da Guiana. Na área offshore do Suriname, a TotalEnergies e a Apache anunciaram a descoberta de seis reservas desde janeiro de 2020. Além disso, descobertas nas bacias da chamada margem conjugada africana, que guarda similaridade geológica com a margem equatorial brasileira, aumentam as expectativas, podendo mudar inteiramente a atual situação socioeconômica dos Estados que compõem a Margem Equatorial.

É bom lembrar que blocos dessa bacia foram leiloados em 2013 pela ANP e arrematados pela TotalEnergiess, Petrobras e BP. A dificuldade em obter licenciamento ambiental fez com que as empresas estrangeiras desistissem da operação. A etapa que exige uma autorização do Ibama é essencial e precisa ser cumprida. Mas, hoje, as empresas de petróleo, principalmente depois do acidente na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, possuem equipamentos com enorme redundância, capazes de monitorar o tempo todo qualquer ameaça de acidente ambiental.

Publicidade

Hoje as empresas de petróleo sabem que qualquer tipo de acidente ambiental pode levar a uma total destruição de valor da empresa. Recentemente, o governo Biden aprovou a extração de petróleo em região do Alasca, que apresenta a mesma preocupação de possível impacto ambiental.

Não faz sentido, em particular sob a ótica do social, o “S” do ESG, os “excluídos da energia” do Arco Norte do País não serem beneficiados com a riqueza da Margem Equatorial. Por isso, sem renunciar às preocupações ambientais, é um direito dos Estados que compõem o Arco Norte do Brasil usufruírem dos royalties e dos empregos que serão gerados pela exploração da Margem Equatorial.

Opinião por Adriano Pires

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.