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Agronegócio e usina hidrelétrica dão liderança à cidade de Cristalina na geração de emprego

Cidade de Goiás tem a maior área irrigada do País e produz de soja a alho; cultura diversificada atrai empresas de alimentos e máquinas e equipamentos

Foto do author Luiz Guilherme  Gerbelli
Foto do author Renée  Pereira
Por Luiz Guilherme Gerbelli e Renée Pereira

Graças ao clima mais ameno e uma boa dose de tecnologia, em Cristalina tudo que se planta dá: de soja, milho e café até batata, cebola, alho, tomate, feijão e frutas. Quando o clima não ajuda, sistemas de irrigação são acionados para garantir a produtividade no campo. A cidade tem a maior área irrigada do País, com cerca de 80 mil hectares. Isso permite a produção de até três safras no ano, dependendo da cultura - o que justifica o fato de a cidade ser a campeã na criação de empregos (em relação à população) entre os municípios acima de de 50 mil habitantes .

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“Cristalina é uma cidade de oportunidades”, diz o prefeito do município, Daniel Sabino Vaz. Segundo ele, nos últimos anos, a cidade ganhou uma série de novos estabelecimentos, como hotéis, restaurantes, supermercados, escolas e universidades. Todo esse movimento não só criou mais empregos como também trouxe novos moradores para o município, que surgiu da exploração do garimpo. Por isso, durante anos, Cristalina foi conhecida como a cidade dos cristais.

O garimpo, no entanto, não deixou nenhum legado para o município. Até 2008, o índice de desemprego chegava perto de 39%. Mas a expansão do agronegócio mudou o rumo dessa história. Com altos investimentos em tecnologia, a cidade tem recebido também fabricantes de alimentos enlatados, como massa de tomate, ervilha, milho, entre outros produtos.

Edson Carlos da Silva mora em Cristalina há cerca de 30 anos e é produtores de frutas Foto: SERGIO CASTRO/ESTADAO

Entre as empresas que estampam suas marcas na cidade estão a francesa Bonduelle, Fugini e Sorgatto. “Somos o primeiro PIB agrícola de Goiás e competimos com Rio Verde”, diz Vaz. Localizada a 131 quilômetros da capital federal, Cristalina também tem experimentado a produção da fruticultura.

A cidade está dentro de um programa da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), para ampliar o cultivo de frutas na cidade. O projeto inicial é de 10 hectares de plantação de melão, cuja primeira colheita será em setembro, diz Edson Carlos da Silva, produtor de Cristalina. O objetivo é chegar a 19 hectares.

Mineiro de Capinópolis, ele chegou à cidade há quase 30 anos como funcionário de uma cooperativa de agropecuária e se tornou um empresário na cidade. Silva foi um dos primeiros produtores a apostar na fruticultura. Já plantou uva, goiaba e maçã. “Hoje trabalho como integrador, forneço tudo que o produtor precisa, como mudas, insumos e conhecimento técnico.”

Área plantada em Cristalina é de 624 mil hectares Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

Cristalina tem hoje 62 mil habitantes, um crescimento de 33% em relação em 2010. De acordo com Vaz, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio da cidade é de R$ 8,5 bilhões, sendo quase R$ 5 bilhões referente à área irrigada. “O município tem 622 mil hectares, mas a área plantada - somando todas as safras - é de 624 mil hectares de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Isso porque se planta o ano inteiro. Numa mesma área, pode ter safra de soja num período e outra cultura, em outro.”

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Investimento em energia elétrica

Outro empreendimento que ajudou a aumentar o número de emprego na cidade foi a construção de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Segundo o prefeito, entra usinas, linhas de transmissão e subestação, foi investido cerca de R$ 2 bilhões.

“Além de criar novas vagas de emprego, essas usinas ajudaram num problema grave que o município tinha que era a baixa qualidade da energia elétrica. Havia uma demanda reprimida, sobretudo por causa da irrigação, que foi suprida, e isso atraiu mais investidores.”

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