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Com Copa do Mundo, BRF prevê alta de 40% nas vendas de alimentos halal no Catar

Brasil fornece 70% da carne de frango consumida no país, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal; entre janeiro e outubro, nação islâmica importou 90,6 mil toneladas do produto

colunista convidado
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Por Coluna Broadcast Agro

A demanda por produtos halal no Catar durante a Copa do Mundo deve impulsionar em 40% as vendas da BRF no país entre novembro e dezembro, em relação a igual período de outros anos. A expectativa do consumo aquecido no país-sede do evento já havia feito a empresa deslocar em julho seus estoques dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita para reforçar a oferta. Igor Marti, vice-presidente de Mercado Halal da BRF, diz que alimentos industrializados e o foodservice lideram a comercialização da produção, que segue os preceitos do islamismo. “No Catar, a marca Sadia tem market share de até 70% em alguns segmentos.” Em relação às vendas globais da BRF em 2021, o halal garantiu 18% da receita líquida, de R$ 48,3 bilhões.

Frigorífico da BRF, a maior exportadora de frango no mundo/FOTO: Divulgação Foto: Divulgação

Frango brasileiro é ‘cabeça de chave’

O Brasil fornece 70% da carne de frango consumida no Catar, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. Entre janeiro e outubro, a nação islâmica importou 90,6 mil toneladas do produto brasileiro (+40%), com receitas superiores a US$ 177,9 milhões (+66,6%).

De olho em fusões e aquisições

Após a conclusão da joint venture com o fundo soberano da Arábia Saudita (PIF), Igor Marti, da BRF, diz que a empresa está “sempre de olho” em novas oportunidades. “É natural; o halal continua crescendo (na região)”, explica. Mas qualquer expansão, ressalta o executivo, exige capital.

Goleada

E não só o Catar aumentou a demanda pela proteína animal brasileira, como também os vizinhos do Golfo que hospedam torcedores. O Conselho de Cooperação do Golfo, que, além do país-sede, inclui Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes e Omã, ampliou o volume importado de carne de frango do País em 8,3% e de bovina em 19,6% de janeiro a outubro, indica levantamento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Autonomia

A Agropalma, maior produtora de óleo de palma sustentável das Américas, quer zerar a dependência das sementes importadas e até 2026 se tornar autossuficiente. Para isso, investiu cerca de R$ 1,8 milhão em um projeto desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (MG) para clonagem de mudas. A iniciativa alcançou um índice de eficácia de 60%, seis vezes superior ao desempenho do setor.

Clones à vista

As plantas utilizadas no processo de clonagem da Agropalma têm origens diversas e estão sendo cultivadas nas fazendas da empresa em Tailândia (PA). Atualmente, o projeto inclui 21 mil mudas de 19 tipos, semeadas em uma área de 151 hectares. Segundo André Borba, diretor agrícola da companhia, a clonagem garante uma produtividade 30% maior, com menos recursos financeiros, e contribui para reduzir a emissão de gás carbônico. Em quatro anos, a Agropalma espera vender as variedades clonadas ao mercado.

Costura

Lideranças do agronegócio se aproximam do novo governo. Nos bastidores, sem envolver institucionalmente as entidades, representantes do setor produtivo fazem sugestões e até mesmo indicações “sem compromisso” de nomes aos interlocutores do presidente eleito Lula. Em paralelo, as mesmas lideranças cobram agilidade na definição da estrutura da Agricultura e da centralização em um só porta-voz. “Está na hora de essa transição avançar. Está muito devagar”, diz um representante cooperativista.

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Dilema

O destino do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) ainda é uma incógnita no futuro governo. Ambientalistas defendem que a estatal volte ao Ministério do Meio Ambiente, enquanto aliados ruralistas de Lula querem que o SFB permaneça sob os cuidados da Agricultura. “Não faz sentido o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA), caros ao setor, ficarem com Meio Ambiente”, defende um membro do grupo de transição.

Mistura do biodiesel está nas mãos do futuro governo

O grupo de transição do novo governo ainda não se decidiu sobre a mistura de biodiesel ao diesel fóssil, hoje em 10% (B10). Representantes do agro no GT sugerem aumentar de 12% a 14% a partir de fevereiro. Já o GT de Energia quer manter o B10 até março, como sugeriu o Conselho Nacional de Política Energética, para tomar pé da situação.

Defensivos agrícolas na pauta do Senado esta semana

A Comissão de Agricultura do Senado deve votar nesta terça-feira (29) o projeto de lei dos defensivos (PL 1.459/2002), que flexibiliza as regras para aprovar os insumos e regula a produção de bioinsumos. O projeto é demanda do setor produtivo e da indústria de agroquímicos e biodefensivos, que alega morosidade nos processos./ SANDY OLIVEIRA, LETICIA PAKULSKI, GABRIELA BRUMATTI e ISADORA DUARTE

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