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Amorim declara que EUA não podem impor modelo de Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos não podem impor um modelo de Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ao Brasil. A afirmação é do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim que esteve em Genebra para reuniões com autoridades da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Passamos a época do pensamento único", afirmou o ministro, que hoje deverá se reunir com o comissário de Comércio da Europa, Pascal Lamy, em Paris, para deixar claro que o Brasil tem interesse em que as negociações entre o Mercosul e a UE avancem de forma "significativa". Amorim preferiu não responder diretamente aos comentários do negociador americano, Peter Allgeier, que disse na terça-feira no Brasil que os Estados Unidos irão buscar acordos comerciais com os vários governos com ou sem a Alca (veja mais informações no link abaixo). Mesmo assim, não resistiu em fazer alguns comentários. "O Brasil não é contra a Alca. Agora se eles (americanos) querem impor um modelo de Alca, vão ter que ver os países nos quais eles podem impor. No Brasil eles não podem impor. Com o Brasil podem é convencer, persuadir, discutir e negociar, coisa que nunca deixaremos de fazer", afirmou o ministro. Segundo Amorim, prova dessa disposição para debater foi sua tentativa de se reunir com o representante da Casa Branca para o Comércio, Robert Zoellick. "Oferecemos várias datas, inclusive a possibilidade de se encontrar hoje em Bagkok", explicou Amorim, apontando que o americano não teria encontrado uma brecha em sua agenda para a reunião. Sobre a possibilidade de um encontro entre os dois no próximo dia 12, antes da reunião da Alca de Miami, Amorim disse que ainda não poderia confirmar se o encontro ocorrerá. Polêmica agrícola O ministro ainda deixou claro que espera que a reunião de Miami não repita Cancun (quando as negociações da OMC fracassaram, há poucas semanas). Mas ele lembra que, nos debates sobre a agricultura na Alca, não existe sequer horizonte na proposta americana para se eliminar as tarifas. "Estão previstas apenas cotas", explicou o ministro, lembrando que se o capítulo agrícola da negociação não for satisfatório, o Brasil não poderá oferecer muito no que se refere à redução de suas tarifas.

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