BUENOS AIRES - O governo da Argentina informará todas as sextas-feiras a evolução semanal da inflação, que em agosto passado registrou um salto de 124,4% mas que, segundo o novo relatório semanal, está “recuando”, embora “continue muito alta”.
“Estaremos emitindo um Relatório de Inflação semanal todas as sextas-feiras”, anunciou esta sexta-feira, 14, o secretário de Política Económica da Argentina, Gabriel Rubinstein, na sua conta na rede social X, antigo Twitter.
A decisão de contabilizar semana a semana a evolução da inflação foi tomada depois de, na última quarta-feira, 13, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) ter divulgado que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) de agosto ficou em 124,4% comparação anual e 12,4% em relação a julho, o maior salto mensal desde fevereiro de 1991.
A decisão de contabilizar semana a semana a evolução da inflação foi tomada depois de, na última quarta-feira, 13, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) ter divulgado que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) de agosto ficou em 124,4% comparação anual e 12,4% em relação a julho, o maior salto mensal desde fevereiro de 1991.
ELEIÇÃO ARGENTINA
O salto inflacionário registrado em agosto está diretamente relacionado com um dia após as eleições primárias na Argentina com vista às eleições presidenciais de outubro.
A súbita desvalorização da taxa de câmbio oficial, que o governo atribuiu a uma exigência imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), traduziu-se imediatamente em uma alta do preço do dólar nas cotações paralelas que acompanham muitos elos da economia para definir preços de todos os tipos de bens e serviços.
CRISE FINANCEIRA NA ARGENTINA
De acordo com o novo relatório semanal divulgado esta sexta-feira pela Secretaria de Política Econômica, a inflação marcou um “pico” de 4,8% na terceira semana de agosto, um “recorde altamente influenciado pela desvalorização” de 14 de agosto. Mas, segundo o relatório, depois dessa semana a inflação “estava diminuindo” e na primeira semana de setembro teria atingido o valor de 2,1%.
“Embora o valor semanal ainda seja muito elevado, está agora muito mais alinhado com os valores anteriores à desvalorização do mês de agosto. Estimamos que os registos semanais de inflação se acentuem e consolidem a sua tendência descendente nas próximas medições”, acrescenta o relatório.
De acordo com uma pesquisa realizada em agosto junto a profissionais do mercado financeiro, cujos resultados também foram divulgados na quarta-feira, os consultores privados projetam uma taxa de inflação de 12% para este mês. Para os próximos meses, também prevêem taxas muito elevadas: 9,1% em outubro, 9,4% em novembro, 13,2% em dezembro e 14,3% em janeiro de 2024.
Para todo o ano de 2023, projetam uma inflação de 169,3%, que, se concretizada, será a taxa mais elevada registada na Argentina desde a hiperinflação de 1989-1990 e ultrapassará em muito o índice de 94,8% do ano passado.
Outras previsões são ainda mais negativas, como a da agência de classificação de risco Moody’s, que na quinta-feira, 14, afirmou em um relatório que a inflação da Argentina irá acelerar para cerca de 200% em 2023 e 350% em 2024./ EFE
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.