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Argentina alega prejuízo causado por ‘mudança climática’ para rever acordo com FMI

Governo argentino refinanciou dívida de US$ 45 bilhões com entidade, mas acordo deverá ser ‘repensado’ devido à queda nas exportações agrícolas por falta de chuva; país atravessa seca histórica

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Por Redação

BUENOS AIRES - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira, 17, que seu governo está “repensando” um acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) porque tem uma cláusula de “mudança climática” que o país, em meio a uma seca histórica, se viu impedido de cumprir.

“É enorme o trabalho que está sendo feito em relação a essa cláusula”, disse Fernández em um evento na cidade de Benavídez, na província de Buenos Aires, após o ministro da Economia, Sergio Massa, voltar de uma viagem a Washington, nos Estados Unidos, para participar de um encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).

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Fernández lembrou que o acordo com o FMI, firmado em março de 2022 para refinanciar uma dívida de US$ 45 bilhões que a Argentina contraiu com a entidade, tem uma cláusula indicando que se as condições econômicas projetadas no programa não forem cumpridas por razões fora do controle do país, é necessário “repensar o programa”.

“Especificamente”, segundo o presidente argentino, foi estipulado que a “mudança climática” é uma das razões que podem produzir uma lacuna no programa.

Fernández disse ser necessário 'repensar' acordo com o FMI porque as condições econômicas projetadas no programa não forem cumpridas por razões fora do controle do país Foto: Lenin Nolly/Efe

Um déficit de chuva pelo terceiro ano consecutivo no verão reduziu a produção de um dos principais produtores e exportadores agrícolas do mundo, o que pode significar um prejuízo de cerca de US$ 20 bilhões em exportações em um país com escassez de moeda estrangeira - e uma consequente queda na arrecadação traz risco de aprofundar o déficit fiscal.

Massa está em Washington desde a última quinta-feira e lá se encontrou com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, além de funcionários do governo dos EUA e de organizações multilaterais, o que lhe permitiu obter financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Mundial e do fundo soberano da Arábia Saudita./EFE

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