As voltas do cabo

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Por Redação
Atualização:
Consolidação ajuda a reduzir preços Foto: Justin Lane/EFE

Após 18 meses de especulações, bochichos e reviravoltas dramáticas, a Time Warner Cable (TWC) conseguiu encontrar enfim um comprador. Ontem, a Charter Communications, uma empresa de cabo e telecomunicações, acertou a compra da companhia por aproximadamente US$ 55 bilhões em dinheiro e ações. O negócio, se prosperar, criará a segunda maior empresa de cabo dos Estados Unidos. O acordo encerra uma batalha de 18 meses pelo controle da TWC. A Charter fez a primeira oferta pela empresa em janeiro de 2014. Em fevereiro deste ano, a Comcast entrou na disputa e tentou assumir o controle da empresa. No mês passado, porém, ela foi obrigada a retirar sua oferta de US$ 45 bilhões por problemas regulatórios. A consolidação está na ordem do dia nos setores de tecnologia e comunicações. Uma maior escala dá às empresas de cabo mais poder de negociação para conseguir programação a preços mais baratos. Os dirigentes das empresas de TV a cabo dizem também que precisam de mais influência para competir com as companhias de video online em crescimento, embora já controlem os canais de internet pelos quais são distribuídos serviços como o Netflix. John Malone, o maior acionista da Charter, vem sendo um defensor particularmente insistente da consolidação. Envolvido em várias fusões de empresas de cabo desde os anos 1970, ganhou o apelido de "cowboy do cabo". Em 2013, sua empresa, Liberty Global, adquiriu a Virgin Media, companhia de cabo britânica. As razões para a consolidação e o entusiasmo com que empresas cortejaram a TWC sugerem que este pode não ser o fim da saga. Depois de a Comcast ter se afastado da disputa, correram rumores de que a Charter e a Altice, uma empresa de telecomunicações tocado pelo bilionário francês Patrick Drahi, teriam interesse. O preço alto que a Charter ofereceu agora reflete essa competição. É possível que a Altice volte à carga com uma oferta mais alta.Regulação. O negócio também será sujeito ao aval autoridades reguladoras. E como a Comcast aprendeu, elas não estão dispostas a deixar que fusões nas empresas de cabo passem facilmente. A DirectTV e AT&T, empresas de televisão via satélite e comunicações que anunciaram uma fusão no ano passado, ainda estão à espera de aprovação. Mas relatos animadores recentes dão conta de que Tom Wheeler, presidente do conselho da agência reguladora das comunicações norte-americanas, chamou dirigentes das empresas de cabo para tranquilizá-los de que sua oposição ao negócio com a Comcast não deve ser interpretada como uma hostilidade a todos os negócios envolvendo empresas de cabo. Isso sugere que a acordo Carter-Time Warner Cable pode realmente ter futuro.© 2015 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. TRADUZIDO POR ALEXANDRE HUBNER, PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM.  

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