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Bolsas no exterior reagem mal à decisão do BC dos EUA

Considerações do Fed sobre a economia global causam o mau humor dos investidores nos mercados dos EUA e da Europa 

Foto do author Altamiro Silva Junior
Investidores mantêm postura defensiva após decisão do Fed Foto: Spencer Platt/AFP

(Atualização às 14h15)

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As bolsas de valores nos Estados Unidos e na Europa registram perdas nesta sexta-feira, 18, em reação à decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) de manter a taxa básica de juros da economia dos Estados Unidos - entre zero e 0,25% desde 2008.

O recuo das ações de grandes bancos - como Bank of America, JP Morgan, Goldman Sachs e BNP Paribas - pressionam os índices. Isso porque a permanência dos juros nos EUA próximos de zero prejudicam os lucros dessas empresas.

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão em queda, acumulando perdas na semana. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda diária de 1,78%, para 354,77 pontos, e semanal de 0,33%.

Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt fechou em queda de 3,06%, aos 9.916,16 pontos. O índice DAX teve desvalorização de 2,05% na semana. 

A Bolsa de Paris também foi afetada pelo baixo desempenho das ações de empresas dos setores de siderurgia e petróleo. Os papéis da ArcelorMittal baixaram 4,62% e da Total recuaram 2,89%. O índice CAC-40 fechou em queda diária de 2,56%, aos 4.535,85 pontos, e semanal de 0,28%.

Em Milão, os papéis de empresas de bens de luxo também pesaram no índice FTSE-MIB, que terminou em baixa diária de 2,65%, aos 21.514,90 pontos, e semanal de 1,14%.

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Em Londres, o índice FTSE-100 caiu 1,34%, para 6.104,11 pontos, e 0,22% na semana.

Cenário. No comunicado divulgado na quinta-feira, o Fed mencionou que "recentes desenvolvimentos financeiros e na economia global" podem afetar a economia dos EUA. 

Já a presidente do BC, Janet Yellen, foi mais explícita em entrevista à imprensa, levantando preocupações com o risco de uma desaceleração mais forte da China e disse que no encontro foi discutido também a situação de outros emergentes, que têm tido crescimento abaixo do esperado. 

A avaliação mais cautelosa que o BC fez da economia mundial desperta preocupações nos investidores e aumenta a aversão ao risco. 

O Fed não sinalizou uma data mais certa para elevar os juros no país, embora 13 dos 17 dirigentes acham possível que o movimento ocorra ainda este ano. Além disso, Yellen declarou que o aumento pode ocorrer em qualquer uma das próximas reuniões, incluindo a de outubro.

A alta dos juros nos Estados Unidos teria impacto na cotação do dólar no Brasil e em outros países, principalmente emergentes, pois o reajuste aumentaria a rentabilidade de títulos americanos, considerados investimentos mais seguros. 

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