PEQUIM - A China se compromete a proteger as empresas norte-americanas e os investimentos estrangeiros, disse nesta segunda-feira, 7, um alto funcionário do gigante asiático, que impôs tarifas de 34% sobre as importações dos Estados Unidos em resposta às tarifas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump.
As tarifas da China “protegem firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas, incluindo as empresas norte-americanas”, disse o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, em uma reunião no domingo com representantes de empresas norte-americanas, informou seu ministério nesta segunda-feira.

As contramedidas chinesas, que entrarão em vigor em 10 de abril, também buscam “colocar os Estados Unidos de volta no caminho certo do sistema de comércio multilateral”, disse ele aos presentes, incluindo representantes da Tesla, GE Healthcare e Medtronic. “A raiz do problema das tarifas está nos EUA”, disse Ling. “A China foi, é e continuará a ser um lugar ideal, seguro e promissor para os investidores estrangeiros.”
O ministro pediu às empresas que “tomem medidas pragmáticas para manter conjuntamente a estabilidade das cadeias de suprimentos globais e promover a cooperação mútua e resultados vantajosos para todos”. A China anunciou tarifas de 34% sobre as importações dos EUA na sexta-feira, em resposta às mesmas tarifas impostas pelo presidente dos EUA.
Pequim também acusou Washington, nesta segunda-feira, de desrespeitar as regras do comércio internacional. “Os Estados Unidos estão praticando a hegemonia em nome da reciprocidade, sacrificando os interesses legítimos de outros países para atender a seus próprios interesses egoístas e colocando as prioridades dos EUA à frente das regras internacionais”, lamentou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
“É um caso típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, disse ele em uma coletiva de imprensa, acusando Washington de querer “privar os países, especialmente os do Sul, de seu direito ao desenvolvimento”.
A China é o terceiro maior destino das exportações dos EUA, com vendas no valor de US$ 144,6 bilhões em 2024. Ao mesmo tempo, o gigante asiático vendeu US$ 439,7 bilhões em mercadorias para os EUA.