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Colômbia e Brasil olham para um período de transição energética diferente, diz ministro de Petro

Segundo Germán Mendoza (Comércio, Indústria e Turismo), países concordam em 90% dos temas que os envolvem; exceção é exploração de petróleo na Amazônia

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

BOGOTÁ - O ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Germán Umaña Mendoza, reafirmou que seu país não vai explorar petróleo na região amazônica — um tema de divergência entre Colômbia e Brasil que causou atritos entre os dois durante a Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, em agosto.

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“Nosso presidente (Gustavo Petro) já disse que um presidente é mais ambientalista que o outro. Só não disse qual”, afirmou o ministro na manhã desta segunda, 30, em Bogotá, em evento promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para jornalistas da América Latina.

“A Colômbia não vai explorar petróleo na Amazônia. O Brasil vai. Os dois países estão olhando para um período de transição energética diferente. Lula e Petro pensam que é preciso fazer a transição, mas uns pensam que é responsabilidade de todos, que todos devem se comprometer, e outros que temos de mostrar que a transição precisa andar mais rapidamente”, acrescentou.

Mendonza disse ainda que a maioria dos países do mundo está consciente de que é preciso substituir o petróleo e o carvão, além de acelerar a transição.

Quando esteve no Brasil para participar da Cúpula da Amazônia, Petro classificou como negacionistas as medidas de apoio à exploração de petróleo na região amazônica e disse que “as forças progressistas deveriam estar sintonizadas com a ciência”. A posição colombiana de combate aos combustíveis fósseis foi, assim, reforçada, em meio à controvérsia brasileira sobre a exploração na foz do Rio Amazonas.

À época, o presidente Lula afirmou que a prospecção e a exploração de petróleo na região não estavam descartadas. A questão divide o governo, com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se opondo às pesquisas na localidade, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sendo favorável.

Na Colômbia, a posição do governo Petro em relação à indústria petroleira também é polêmica, sobretudo no meio empresarial do país, que questiona como o governo vai financiar a transição energética se cortar a exploração de óleo e gás. Hoje, o petróleo é o principal produto de exportação da Colômbia.

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Segundo Mendonza, essa questão não afasta os dois governos, liderados por representantes de esquerda. Petro é o primeiro presidente de esquerda da história colombiana. “Em 90% dos temas comuns aos países estamos de acordo”, disse.

*A repórter viajou a convite da OMC

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