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Bastidores do mundo dos negócios

Com ‘modelo Accenture’, brasileira Peers vislumbra aporte e mais aquisições

Consultoria comprou recentemente duas empresas de tecnologia

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Alvos de aquisições da empresa vão de cibersegurança a inteligência artificial Foto: ArLawKa - stock.adobe.com

A Peers Consulting & Technology, consultoria brasileira especializada em negócios e tecnologia, caminha para fechar sua terceira aquisição no Brasil e já mira compras de empresas também no exterior. A companhia começou a operar nos Estados Unidos e na Europa, na Holanda e Espanha. O negócio praticamente dobrou de tamanho em 2023, fechando o ano com receita de R$ 126 milhões, um crescimento 25% orgânico e o restante conquistado via fusões e aquisições (M&As, em inglês).

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No Brasil, a Peers mapeou 300 empresas de tecnologia para comprar dentro de seu perfil de negócios, com potencial de crescimento, estrutura de dívida equalizada e quadro de funcionários CLT, em locais como São Paulo, Belo Horizonte, Rio e algumas cidades do Nordeste e Sul. Dessas, afunilou para 70, com as quais teve conversas mais próximas. Sobraram 10 companhias, que tiveram propostas não vinculantes de compra. Duas já foram adquiridas, uma de cibersegurança, Actar, e outra de inteligência artificial, Join Analytics.

“Esperamos concluir em 2024 uma nova transação de compra”, conta o sócio fundador da Peers, Pedro Ribeiro. Para bancar estas compras, a consultoria tem usado sua própria geração de caixa e recursos que a gestora Clave aportou na consultoria ao final de 2022.

Com a agenda de expansão, o executivo prevê que um novo e maior aporte pode ser necessário no segundo semestre de 2025, com o objetivo de fazer mais duas aquisições.

Busca por recursos estrangeiros

Em um passo maior, a Peers quer o exterior, e receitas em moeda forte. Para isso, na captação que desenha, pode buscar um fundo estrangeiro, europeu ou americano. “Um fundo que tenha capacidade estratégica de ajudar o crescimento nestas regiões”, disse Ribeiro. Nessa estratégia, a consultoria não descarta fazer uma aquisição nos Estados Unidos.

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A Peers, que nasceu com sócios que passaram pela Accenture, começou como uma consultoria sobre estratégia de negócios, mas em 2019 resolveu ir para o mundo de tecnologia. No ano passado, 55% do faturamento já veio da nova aérea. Ribeiro acha que futuramente, com as aquisições de empresas de tecnologia, esse porcentual pode ficar entre 80% (tecnologia) e 20% (estratégia) ou 70% a 30%.

Abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) é um plano para o longo prazo, conta o fundador da Peers. O prazo desenhado para a empresa estar pronta para uma oferta é 2028 a 2033.

Na B3, ainda não há pares comparáveis com a Peers. As mais próximas seriam empresas de produtos de tecnologia, como Sinqia, que agora não é mais listada, e Totvs. Já nos EUA, há algumas. A Accenture é a que mais se aproxima do modelo da Peers, focada em estratégia, gestão e tecnologia para grandes empresas, que incluem nomes como Boticário, C&A, Alpargatas, Banco Santander e Hapvida. Outras consultorias lá fora, como Bain, BCG e McKinsey, são gigantes, mas muito centradas em estratégia. No Brasil, a Peers está entre as quatro maiores e quer ser a líder.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 23/01/24, às 18h10

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