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Bastidores do mundo dos negócios

Em jogo global, Sevilla FC vem ao País atrás de torcedores brasileiros

Estão na mira do clube também os EUA, México, China, Coreia, Índia e países árabes

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Foto do author Cristiane Barbieri
Estádio do time será remodelado para subir de 44 mil para 55 mil assentos Foto: DIV

O Sevilla FC virou o século na segunda divisão, e quase quebrou em 2001. Nos últimos 17 anos, porém, participou de 22 finais de campeonatos e ganhou 11 títulos, incluindo uma Supercopa da Europa, uma da Espanha, duas Copas del Rey e sete Europa League. O segredo: profissionalização do esporte com leis que regulamentam o fair play financeiro e regras rígidas de transparência e conformidade, somados aos repasses de recursos da La Liga, a liga espanhola de clubes.

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Em expansão, o time tem trabalhado para conquistar torcedores internacionais, e o Brasil está entre os alvos. “Criamos conteúdos exclusivos locais para as redes sociais, com ativação de conteúdo, para ter mais repercussão em diferentes mercados estratégicos”, diz José María del Nido Carrasco, presidente do Sevilla FC. “O objetivo é conseguir mais seguidores, engajamento e patrocinadores regionais no resto do mundo.”

Além do Brasil, estão na lista de mercados alvos do Sevilla, Estados Unidos, México, China, Coreia, Índia e Mena (Marrocos, Egito, Argélia e Arábia Saudita). A ligação com o Brasil, do time que disputou as primeiras partidas em 1890, também vem de jogadores como Luis Fabiano, Adriano e Renato, entre outros.

Projeto La Liga Impulso

A iniciativa é uma das frentes de negócios estimuladas pelo do Projeto La Liga Impulso, com a CVC Capital Partners. Pelo acordo fechado em 2022, por 37 dos 42 clubes da La Liga, serão repassados quase 2 bilhões de euros para que os times espanhóis implantem projetos de expansão e crescimento de receita. Até fevereiro, a La Liga já havia repassado 75% do valor aos clubes. A Capital Partners fica com 9% dos direitos de transmissão dos jogos, por 50 anos.

O Sevilla pretende aproveitar os recursos do programa também para remodelar seu estádio, o Rámon Sánchez-Pizjuán. É uma reforma que custará 350 milhões de euros, prevista para começar em 2026 e terminar em 2028. Além de um estádio mais moderno, o objetivo é ter receitas recorrentes, que reduzam a dependência das vitórias do time. “Muitos clubes europeus cresceram com a construção de novos estádios, que resultaram no ingresso de recursos 365 dias no ano”, diz ele.

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Hoje com quase 44 mil assentos, o estádio passará a ter 55 mil, sendo 5 mil deles na zona VIP. Também terá uma área para gastronomia, e outras ofertas de serviços. A expectativa é de ingresso líquido de 25 milhões a 40 milhões de euros por temporada.

Financiamento para remodelação de estádio

Além do La Liga Impulso, o Sevilla recorrerá a financiamentos bancários para levar adiante a remodelação do estádio, que está em fase de anteprojeto. A expectativa de amortização é entre 10 e 16 anos. Enquanto o estádio estiver em reformas, o time jogará no estádio La Cartuja, que pertence à Junta de Andaluzia, para manter a receita proveniente de jogos.

Em outras frentes de negócios, o time vende serviços de tecnologia ligados ao futebol. Um dos produtos, feito em parceria com a IBM, usa inteligência artificial generativa para o chamado “scouting”, de análise de dados e busca de talentos. O Sevilla diz ter encontrado 80 jogadores com a solução, que garantem o ingresso de receita no clube. Também usa a tecnologia para marketing, redes sociais, tíquetes e varejo.

“Nossa equipe é bastante moderna para esse tipo de informação, bem como em comunicação”, afirma. O número de seguidores nas redes sociais passou de 3,2 milhões, em 2016, para 20,7 milhões no ano passado. O engajamento foi de 6,8 milhões para 76,4 milhões no período.

Nos últimos dez anos, a receita do clube passou de 50,8 milhões para 215 milhões de euros. O investimento em plantel foi de 51,1 milhões para 203 milhões de euros. Os benefícios por transferências somaram 480 milhões de euros.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 14/05/24, às 11h11

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