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Bastidores do mundo dos negócios

Em preparação para IPO, Ademicon ensina a estrangeiros ‘jabuticaba’ dos consórcios

Se conseguir realizar oferta inicial de ações, empresa será a primeira administradora de consórcio da B3 - e a única do mundo

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Foto do author Matheus Piovesana
Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Matheus Piovesana (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)

A Ademicon quer levar o mundo dos consórcios à Bolsa, e enquanto a janela não abre, está “ensinando” o mercado sobre o setor. A companhia teve conversas com investidores estrangeiros para explicar como funciona um consórcio e, principalmente, o modelo de negócios de uma administradora. Isso porque os consórcios são uma invenção brasileira, e portanto, são poucos os negócios no exterior com que se pode compará-los.

“Fomos muito comparados a seguros e gestão de ativos, e chegaram a nos comparar com software como serviço, pela recorrência de receita, e até com loterias”, disse o vice-presidente da empresa, Guilherme Carrasco. Outro ponto discutido nas conversas foi justamente a recorrência de receita e o “efeito rede” do consórcio - quanto mais cartas vende, mais a administradora recebe, mas as obrigações também aumentam.

Ademicon está em expansão e tem a realização de uma oferta de ações como objetivo estratégico Foto: Felipe Rau/Estadão

Empresa fortalece governança à espera de ‘janela’ para ir à Bolsa

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A Ademicon é fruto de uma fusão entre a Ademilar e a Conseg, e é a sexta maior administradora de consórcios do País, atrás apenas de empresas ligadas aos grandes bancos. Algumas delas são conhecidas do investidor de Bolsa, mas de forma indireta, através da listagem de holdings como a BB Seguridade e a Caixa Seguridade, que incluem outros tipos de negócio.

A companhia, nascida no Sul, está em expansão pelo País, e tem a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) como objetivo estratégico. Enquanto a janela não abre, está fortalecendo a governança, publicando balanços auditados e criando uma área de relações com investidores.

Companhia cresce quase 50% ao ano

O crescimento tem sido próximo dos 50% ao ano, e a empresa só não fez o IPO porque a janela se fechou, afirma um investidor, que está animado com a perspectiva de negócios. Não há aberturas de capital na B3 desde agosto de 2021. Nos cálculos desse investidor, a Ademicon tem condições de chegar na Bolsa valendo R$ 2 bilhões ou mais. Guilherme Carrasco afirma que ainda não há um valor definido.

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A Ademicon tem mais de R$ 30 bilhões em cartas de crédito ativas, um mercado que no Brasil tem “terreno fértil” para crescer, com a população de baixa renda sem acesso a financiamento imobiliário ou de veículos, mas com condições de pegar a mensalidade de um consórcio. Se conseguir chegar à B3, será a primeira administradora de consórcio da Bolsa paulista - e a única do mundo.

Hoje, a companhia é controlada pela família Schuchovsky, e tem os fundos Treecorp e 23S Capital na base acionária. Em fevereiro, captou R$ 300 milhões em um rodada com a 23S, a gestora que tem recursos do fundo Temasek, de Singapura, e do Grupo Votorantim.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 27/04/2023, às 16h59

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