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Bastidores do mundo dos negócios

Emana Energia vai investir cerca de R$ 50 mi para ampliar atuação no Nordeste

Parques serão instalados na Bahia e Pernambuco

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Por Luciana Collet (Broadcast)
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A empresa de projetos de geração distribuída Emana Energia prevê iniciar no mês que vem a construção de sua primeira usina solar na Bahia, de 3,7 megawatts-pico (Mwp), num investimento de R$ 20 milhões.

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A decisão corresponde à planejada expansão geográfica da empresa, que iniciou suas operações com duas usinas “piloto” no Piauí e vinha estudando ampliar a atuação para outros Estados do Nordeste. A empresa ainda deve, nos próximos meses, iniciar obras em mais dois parques, na Bahia e em Pernambuco, que devem exigir adicionais R$ 28 milhões em investimentos, totalizando cerca de 8 MWp de novas capacidades.

A ideia inicial na Emana era acertar uma parceria com outra empresa de energia para avançar em seu plano de diversificação geográfica. Mas diante das conversas ainda em andamento e dos prazos existentes para a entrada em operação dos projetos garantindo os benefícios das regras mais antigas para geração distribuída, a direção da empresa decidir seguir em frente sozinha.

“Enquanto não tiver uma clareza sobre a parceria, de que forma vai funcionar, vamos tocar projeto com o nosso capital”, disse o sócio da Emana, Rodrigo Violaro, em entrevista ao Broadcast Energia.

A empresa espera contar com financiamento do Banco do Nordeste para os empreendimentos. Ele admite que em algum momento haverá uma pressão de capital, por isso ainda espera chegar a um acordo.

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A Emana tem no portfólio dois projetos em operação no Piauí e 15 parques solares a desenvolver, com aproximadamente R$ 260 milhões em potencial de investimentos nos próximos três anos.

A usina na Bahia anunciada agora será instalada no município de Bom Jesus da Lapa. Para iniciar as obras, a empresa ainda aguarda o licenciamento ambiental. A expectativa é de o projeto esteja em pleno funcionamento até janeiro de 2024, podendo suprir cerca de 2 mil residências. A energia será destinada a atender consumidores baianos por meio de contratos de assinatura de fornecimento, no modelo de geração compartilhada.

A intenção é seguir o modelo adotado no Piauí, em que parte da energia foi destinada a pequenos consumidores residenciais e comerciais, e parte foi direcionada a grandes clientes corporativos. A Emana não fechou até o momento qualquer contrato, mas Violaro minimizou o risco de investir no projeto sem a garantia de clientes.

“A proposta é muito atrativa, porque hoje o consumidor cativo não tem alternativa: ou compra da distribuidora, ou de uma empresa de geração distribuída como nós; e estou ofertando 15% de economia de partida, é difícil pensar que alguém vai se recusar a um proposta tão interessante”, disse.

Ele admitiu que no segmento de varejo, de residências e pequenos comércios, há um desafio relacionado à falta de conhecimento sobre sistemas de geração distribuída, mas considera que no segmento corporativo o modelo está bem mais conhecido. “Os clientes grandes costumam atuar a nível nacional e essa modalidade de energia já é bem conhecida, estão basicamente replicando agora em outros estados onde não tinham possibilidade de contratar antes”, afirmou, citando caso ocorrido no Piauí.

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Empresas prezou diversificação geográfica

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A escolha da Emana de expandir a atuação centrando no Nordeste diferencia-se da estratégia de outras empresas de geração distribuída, que têm buscando diversificação geográfica para estados como São Paulo e Goiás, onde os atuais “mapas de calor da GD” consideram que há maior vantagem econômica. “Diferente de outras empresas, a gente não foca em incentivo fiscal, porque incentivo é bom, gera ganho no começo, mas é vantagem competitiva que você não pode se pautar a longo prazo, porque pode mudar governo, mudar legislação no meio do caminho e não ter mais esse incentivo”, argumentou.

Segundo ele, a empresa prefere focar em “competências naturais de cada Estado”, como irradiação solar e preço de terra. “Acabamos não tendo vantagem com o imposto, mas temos de outra forma, seja na negociação com terra, seja no volume de sol que bate, e nossa taxa de retorno acaba sendo tão boa quanto um projeto no Sudeste”, disse.

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