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Bastidores do mundo dos negócios

Empacados em negociações com Americanas, bancos dão novo fôlego à Novonor

Maiores instituições financeiras do País rolaram, de novo, a dívida da empresa de mais de R$ 14 bilhões, que venceu no fim de janeiro

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Conversas para venda da Braskem esfriaram com troca de governo: Petrobras é acionista da empresa ao lado da Novonor Foto: Daniel Teixeira/AE

Em meio à feroz briga contra as Americanas, os maiores bancos do País rolaram, de novo, a dívida de mais de R$ 14 bilhões da Novonor (ex-Odebrecht e em recuperação judicial), vencida no fim de janeiro. O prazo dado foi de mais 60 dias, igual ao oferecido à construtora na negociação anterior, em novembro. Já com a Americanas, os bancos continuam sem acordo.

A extensão de prazo para a Novonor acontece em meio às mudanças no comando da companhia e da presidência da República, que dificultaram o fechamento da venda desde o ano passado. Em 2023, com a seca no mercado de crédito por conta do rombo e do escândalo envolvendo Americanas, há conversas de que a Nonovor poderia repetir a Oi e buscar um novo arranjo para a sua dívida. Com o prazo até o fim de abril, a empresa ganha também mais tempo para tentar vender a Braskem.

Troca de governo esfriou venda da Braskem

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Conforme o acordo entre bancos e Novonor, a dívida deve ser paga com recursos levantados com a venda da participação de controle da ex-Odebrecht na Braskem. As ações das petroquímica foram dadas como garantia em troca desse empréstimo feito pelas instituições financeiras ao então Grupo Odebrecht, por décadas. A Petrobras, controlada pelo União, é o outro acionista, o que criou o impasse na mudança recente de governo. Segundo uma fonte, com a troca de presidente no Planalto, as conversas para vender a petroquímica esfriaram.

Os bancos credores são Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eles bateram o martelo na concessão de mais prazo na segunda-feira, dia 20. A dívida é atrelada ao CDI, ou seja, acompanha a Selic.

Bancos credores são os mesmos da varejista

O grupo é o mesmo que está na lista de credores da Americanas, mas lá, as negociações empacaram com a resistência do trio de acionistas - Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles - de fazer um aporte maior na companhia. Os bancos falam em ao menos R$ 15 bilhões, enquanto eles propuseram, pouco antes do Carnaval, aportar R$ 7 bilhões e transformar R$ 18 bilhões de dívidas em ações da rede de varejo. Os bancos não concordaram e se criou um novo impasse.

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Tentativa de vender petroquímica se arrasta há pelo menos três anos

A venda da Braskem se arrasta há pelo menos três anos, depois de chegar muito próximo de ser fechada com a multinacional LyondellBasell, em 2019. No início do ano passado, uma oferta bilionária de ações em bolsa foi abortada na última hora, após os bancos credores perceberem que a operação só iria adiante com as ações vendidas a R$ 40.

No meio do ano passado, alguns interessados começaram a se manifestar, entre eles a gestora norte-americana Apollo, que apresentou proposta envolvendo a compra de toda a Braskem, ou seja, incluindo-se a parte da Petrobras. A oferta era de R$ 47 a R$ 50 por ação da Braskem. A holding J&F, que controla a JBS e o banco Original, também pretendia entrar na disputa. Outros nomes que olharam a petroquímica foram a Ultrapar e o BTG Pactual, que queria comprar a dívida. Mas até agora, as conversas não evoluíram para uma proposta firme.

Procurada na sexta-feira para falar sobre o tema, a Braskem publicou fato relevante na manhã de ontem (27) no qual diz que “não conduz negociações da Novonor e Petrobras para a venda da companhia”.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 27/02/2023, às 10h30

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