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Bastidores do mundo dos negócios

Fundo que ajuda pessoas em situação de rua quer chegar a R$ 1 bi em três anos

Fundo Arcah já começa a receber aportes de empresas que buscam avançar em investimentos de impacto social e ganhar dinheiro ao mesmo tempo

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Por Cristiane Barbieri (Broadcast)
Horta de projeto da Arcah, que busca dar autonomia a pessoas em situação de rua Foto: Arquivo Arcah Foto: Arquivo Arcah

Nascida com o objetivo de dar autonomia a pessoas em situação de rua, a Arcah tem avançado na proposta de ser um projeto social financeiramente autossustentável. Em uma das frentes de receita, a associação vende legumes e verduras cultivados em terrenos baldios e da prefeitura por pessoas vulneráveis em 20 lojas do Pão de Açúcar, além de restaurantes como Fasano e Olea. Em outra, recebe um porcentual relacionado ao patrimônio do fundo Arcah que, relançado há um ano, tem hoje R$ 18 milhões.

Gerido pela 1618 Investimentos, o fundo passou a ser distribuído pelas plataformas de BTG, Modalmais, Genial e Vítreo em dezembro do ano passado. Agora, deve entrar em outros canais de distribuição e já começa a receber aportes de empresas que buscam avançar em investimentos de impacto social - e ganhar dinheiro ao mesmo tempo.

Empresas investem em vez de doar

Isso porque os recursos aportados saem da linha de doação das empresas, para entrarem na rubrica de investimento. O mesmo acontece para aportes das pessoas físicas, já que a rentabilidade do fundo é do investidor. No ano, o Arcah, que é um fundo de fundos, rendeu 12,3%.

Gestora e plataformas repassam taxas a projeto

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Com as novas frentes, a expectativa é que o fundo Arcah chegue a R$ 1 bilhão sob gestão, em três anos. Como 1% do valor é revertido para o projeto, a diferença à assistência prestada seria grande. Os recursos vêm da gestora e das distribuidoras que abrem mão de suas taxas, mas oferecem uma alternativa sustentável de aplicação aos clientes.

Segundo Filipe Sabará, fundador da Arcah, o fundo permite a pessoas físicas terem acesso a investimentos fechados ou que exigem patrimônios grandes, como o renomado fundo Verde. “Em vez de fazer uma doação, a pessoa ou a empresa ganham dinheiro e ajudam, ao mesmo tempo”, diz Sabará.

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Programa envolve treinamento e cria oportunidades de trabalho

No trabalho de campo, a Arcah tem uma equipe que aborda as pessoas em situação de rua, cria vínculos e encaminha a solução de alguns problemas, como a retirada de documentação ou a busca de auxílio médico e odontológico, por exemplo.

Os que aceitam sair da rua são direcionados a centros de acolhimento da prefeitura, contratados e passam a receber salários e treinamento. Hoje, o programa dura 15 semanas e envolve de qualificação técnica a ajuda psicológica, educação financeira e noções de informática, entre outros conhecimentos. A partir do ano que vem, durará cinco semanas.

Além de trabalharem nas hortas, as pessoas que passam pelo curso podem conseguir empregos em uma das 190 empresas que fazem parte do projeto. O McDonald ‘s, por exemplo, já empregou 407 pessoas egressas do programa. Por ano, a Arcah atende diretamente 2 mil pessoas, a um custo de R$ 3 milhões.

No mês passado, a Arcah venceu uma licitação para transformar um terreno de 6 mil m² da prefeitura da capital paulista, no bairro de Anália Franco, em uma das hortas comunitárias. Os produtos serão vendidos no Pão de Açúcar.


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 01/12/2022, às 16h55

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