A Mindset Ventures, gestora de venture capital que investe em startups nos Estados Unidos e em Israel, atingiu a marca de R$ 100 milhões aportados no país do Oriente Médio. O valor responde por quase 60% de seus investimentos totais. Nos últimos cinco anos, 26 startups israelenses receberam aportes pequenos - entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões - em sua fase inicial.
A gestora prioriza empresas iniciantes que desenvolvem soluções B2B (que buscam facilitar transações entre corporações), nas áreas de agronegócio, saúde, finanças, cybersecurity e softwares como serviço (SaaS). O fundo, que recebe aportes e paga seus cotistas no exterior, já captou US$ 75 milhões, sendo a maioria recursos de investidores brasileiros.
Segundo o sócio Daniel Ibri, a gestora foi criada na época em que as startups e o ambiente digital brasileiros estavam muito atrás dos dois países nos quais investe. Entre 2015 e 2018, ele era o responsável pela Acelera Partners, que tem entre os sócios a Microsoft, e começou a ver a oportunidade de negócios lá fora, bem como a possibilidade de abrir o mercado latino-americano para as startups dos dois países.
Portfólio
Entre as empresas israelenses que se destacam no portfólio da Mindset estão a Pecan, que criou uma solução automatizada em inteligência artificial para companhias terem ferramentas de previsão de demanda, sortimento de produtos e outras informações. De acordo com Ibri, a solução é 'plug and play', como são chamadas as tecnologia simples de serem adotadas. O fundo Sequoia também foi um dos investidores na Pecan.
Na área do agronegócio, o destaque é a SeeTree, que monitora plantações de árvores mais altas, como laranjeiras, com drones desenvolvidos pelo exército de Israel. O sistema promete fazer, com sensores e imagens, a análise árvore por árvore e descobrir pragas que antes eram encontradas por amostragem. A Citrosuco tornou-se investidora, ao lado da International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial.
A Mindset já vendeu sua participação em três empresas que havia investido, sendo que mais dois movimentos semelhantes devem acontecer nas próximas semanas. Com a alta liquidez global, os ciclos de aportes estão menores porque as startups estão sendo assediadas mais cedo por compradores maiores.
No mercado de venture capital, bons retornos ficam entre 20% e 30% ao ano, num período esperado de 8 a 10 anos. De acordo com Ibri, o fundo está "bem feliz até agora", em relação a essa expectativa. Para ele, o diferencial da gestora é ter sócios nos países nos quais buscam negócios, com experiência e contatos nos mercados locais.
Esta nota foi publicada no Broadcast + no dia 10/08/2021, às 14h25.
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