EXCLUSIVO PARA ASSINANTES

Bastidores do mundo dos negócios

Setor eólico quer incluir fonte no leilão de energia nova A-5

Associação de empresas do ramo vai levar demanda para o Ministério de Minas e Energia

PUBLICIDADE

Perspectiva para a retomada nos pedidos à indústria é entre 2027 e 2028 Foto: Jf Diorio/Estadão - 02/09/2017

Em busca de novas demandas por projetos de geração, a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) vai pedir ao Ministério de Minas e Energia (MME) para incluir a fonte eólica no leilão de energia nova A-5, previsto para 25 de julho deste ano.

PUBLICIDADE

Segundo a presidente da associação, Elbia Gannoum, o leilão inicialmente previsto para a fonte hídrica deve ter demanda que permita a participação de usinas eólicas e talvez solares. “Fizemos as contas e pode ter demanda razoável, por isso vamos pleitear no ministério para entrarmos no A-5”, disse ela ao Broadcast.

Outras medidas adotadas pelo setor para contornar a crise provocada pela falta de pedidos é a busca de contratos para atender aos data centers que serão construídos no País nos próximos anos, e os futuros projetos de hidrogênio verde, amônia e as eólicas offshore. As últimas ainda dependem de um leilão de área que o governo promoverá. A expectativa da ABEEólica é que o certame aconteça ainda este ano. “Estamos começando um movimento de levantar [voo], e os contratos estão começando a ser assinados, mas isso tem efeito em dois anos”, comentou.

Com isso, a perspectiva para a retomada nos pedidos para a indústria é entre 2027 e 2028. Para este ano, contudo, o prognóstico é de implantação de menos projetos do que vinha ocorrendo até 2023, quando foram instalados quase 5 gigawatts (GW) em usinas desta fonte.

Encomendas minguaram

Em 2022, diante de um descasamento entre o custo de implantação dos empreendimentos e o preço da energia no mercado livre, as encomendas nas fábricas minguaram, alterando os planos de diversos fabricantes. Em 2024, foram implantados aproximadamente 3 GW em eólicas, e a perspectiva para 2025 também não é animadora, com volume de instalação da fonte que pode ser ainda menor ou no máximo no mesmo ritmo.

Publicidade

“Este ano vamos recuperar a contratação, mas para chegar na fábrica isso demora dois anos, e o que vai ser instalado até 2026 foi contratado ainda em 2024”, comentou Gannoum.

Como consequência disso, nomes tradicionais como a GE e a Siemens Gamesa deixaram o País, enquanto a catarinense WEG paralisou temporariamente sua produção. A espanhola Acciona, por sua vez, reduziu presença no mercado brasileiro.

Em capítulo mais recente da crise no setor, a fabricante de pás Aeris tem visto seu negócio prejudicado e demitiu mais de 5 mil empregados desde o ano passado. A última leva foi de 700 trabalhadores, anunciada nos últimos dias. Já a LM Wind Power confirmou na terça-feira, 11, que deixará de produzir no Brasil. A decisão, contudo, já era esperada após a saída de sua controladora, a GE, do mercado brasileiro.

Mudanças estão em curso

Se, por um lado, empresas com tradição global na cadeia eólica deixaram de produzir no Brasil ou reduziram sua participação, por outro, o setor vive uma reconfiguração com o avanço dos chineses.

Nos últimos anos, houve a chegada da fabricante de turbinas Goldwind e da fabricante de pás Sinoma Blade, que miram atender empreendimentos das geradoras de energia instaladas no País e que têm capital chinês.

Publicidade

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 12/02/2025, às 13:20.

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.