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Bastidores do mundo dos negócios

Terceiro trimestre forte em receitas não salva o ano dos bancos de investimento

Após período morno, segmento registrou retomada nos negócios

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast), Matheus Piovesana (Broadcast) e Cynthia Decloedt (Broadcast)
Avenida Faria Lima, em São Paulo, concentra maioria dos bancos de investimento do País. Foto: Felipe Rau/Estadão  Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO CONTEÚDO

Bancos de investimento, responsáveis por fazerem as captações de empresas e por assessorar negócios de fusões e aquisições, tiveram forte crescimento nas receitas no terceiro trimestre, com companhias voltando a fazer negócios e a captar no mercado de capitais, após um primeiro semestre apático por causa do escândalo contábil da Americanas. Mas essa retomada não impedirá um 2023 mais fraco que outros períodos, com o mercado ainda retraído diante dos juros altos, e o segundo ano consecutivo sem nenhuma oferta inicial de ação (IPO, na sigla em inglês) na B3. A expectativa é que um retorno mais significativo das aberturas de capitais só ocorra a partir do ano que vem.

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No terceiro trimestre, grandes emissões de renda fixa, principalmente de debêntures, ajudaram a aquecer os negócios. Uma das maiores captações no período foi a da Eletrobras, que emitiu R$ 7 bilhões em debêntures em setembro, com a demanda dos investidores chegando a R$ 13 bilhões. Foi a maior oferta desse tipo de papel no Brasil.

Só o Bradesco BBI participou da coordenação de 78 transações de renda fixa, com volume de R$ 86 bilhões. No banco, as receitas com a assessoria financeira saltaram 114% no terceiro trimestre na comparação com o segundo período do ano. “Tiveram grandes operações, e o Bradesco participou de todos os negócios que aconteceram nos últimos 60 dias”, afirmou o presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, em coletiva de imprensa.

No BTG Pactual, as receitas de banco de investimento aumentaram 93% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo, ajudadas pelo crescimento da emissão de títulos de dívida e assessoria nas fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). Só nesse último tipo de negócio, o crescimento foi de 3,5 vezes, com uma movimentação financeira de US$ 2,2 bilhões.

Para o banco, o segundo e o terceiro trimestre devem ser os melhores de 2023. Os primeiros três meses do ano foram totalmente parados por causa da Americanas. O presidente do BTG, Roberto Sallouti, disse que o que está mapeado em novas ofertas de título de dívida no restante de 2023 indica volume abaixo do terceiro trimestre, e que as operações com ações devem ficar fracas. Em M&A, o executivo comentou que há um portfólio saudável e com transações conhecidas do mercado que devem se concretizar no quarto trimestre. Uma delas pode ser a venda da Amil, que entrou na reta final.

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Nas ofertas de ações, a principal do ano foi a que privatizou a Copel, empresa de energia elétrica do Paraná, e que movimentou R$ 5,2 bilhões em agosto. Grandes empresas, como BRF, de alimentos, a construtora MRV e a Localiza fizeram ofertas subsequentes (follow-on). Mas na operação que dá mais receita para os bancos e ganha mais destaque na imprensa, o IPO, o jejum continuou - o último na B3 foi em agosto de 2021. “Talvez para o ano que vem, vejamos reabertura no mercado de ações”, comentou o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho.

Também na expectativa da retomada dos IPOs, o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, acredita que 2024 será mais positivo do que foi 2023, ano em que o banco espanhol reestruturou a área no Brasil, com várias contratações. “O mercado de capitais está muito ruim, e não deve mudar dramaticamente”, disse ele em coletiva, afirmando esperar a volta dos IPOs no ano que vem, bem como o aumento do volume de ofertas.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 15/11/23, às 12h50

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