EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Notícias do mundo do agronegócio

Farmtech prevê financiar até R$ 8,5 bilhões no setor de insumos este ano

Empresa projetava chegar em R$ 10 bilhões financiados, mas janela de aquisição dos produtos ficou menor e produtores mais cautelosos

PUBLICIDADE

Foto do author Coluna  Broadcast Agro
Por Coluna Broadcast Agro

A Farmtech, do setor de crédito agrícola, espera fechar o ano com desembolso de até R$ 8,5 bilhões em insumos. Em 2022, a fintech ofertou R$ 6,5 bilhões aos produtores para compra de sementes, defensivos e fertilizantes junto aos fabricantes e às revendas. O aumento poderia ter sido maior, conta Rafael Pilla, o CEO. “Há alguns meses esperávamos chegar a R$ 10 bilhões, mas como o mercado de insumos está mais lento talvez não dê tempo de alcançar isso”, diz. Este ano, a janela de aquisição dos insumos ficou apertada, passando do intervalo usual de 90 a 100 dias antes do plantio para cerca de 20 dias, informa. “Produtor está cauteloso na compra antecipada em virtude da queda dos preços das commodities.”

Capilaridade no varejo e na indústria

A Farmtech ampliou sua rede de parceiros de 30 a 35 no início do ano para os atuais 100, o que considera essencial para sustentar o crescimento. A ideia é chegar a 200 em 2024. Hoje se relaciona com varejistas como Lavoro e Nutrien e fabricantes como Syngenta, Yara e UPL.

Busca por mais clientes

A fintech também investe para ampliar a carteira de clientes, hoje de 17,1 mil produtores. “Não é irreal crescer entre 25 mil e 40 mil produtores em 3 a 4 anos. O momento exige soluções de crédito que facilitem a venda ao agricultor”, estima Pilla. Em 2024, quer financiar também a compra de máquinas agrícolas.

No Brasil

A trading russa Sodrugestvo pretende ampliar sua atuação no País. A meta é passar dos atuais 3 milhões de toneladas de grãos originados no Brasil para 4 milhões de toneladas em três anos, conta Danilo Dália Jorge, diretor-geral da Aliança Agrícola do Cerrado, empresa do grupo. A maior parte do volume adicional, de 500 mil a 600 mil toneladas, deve vir da soja. “Estamos trabalhando com novos fluxos de exportação no mercado asiático, na Europa e na América do Sul e expandindo nossa planta de esmagamento para farelo e óleo degomado”, diz. No atual ano fiscal, que se encerra em junho de 2024, a trading prevê exportar 1,7 milhão de toneladas de soja e processar outras 800 mil toneladas.

Farmtech esperava financiar R$ 10 bilhões, mas mercado de insumos ficou mais lento do que o previsto Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Diversifica

Além da soja, a Sodrugestvo deve exportar 350 mil toneladas de milho brasileiro para o Vietnã no ano fiscal 2023. A operação com trigo (nacional e importado) também cresce. Deverão ser movimentadas mais de 400 mil toneladas, de 300 mil atuais. “Já embarcamos trigo brasileiro para a Colômbia e vemos o País se tornando um exportador estrutural do cereal”, afirma Douglas Araujo, head de trigo da empresa no Brasil.

Publicidade

Alternativa

Casaquistão vê possibilidade de ganhar mercado no Brasil para a fosforita – minério com alta concentração de fosfato –, caso o conflito entre Israel e Hamas se alastre pelo Oriente Médio, diz José Horácio Ribeiro, cônsul honorário do país em São Paulo. O insumo, do qual os cazaques possuem uma reserva de 400 milhões de toneladas, compõe a fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), a principal usada nos plantios. Hoje, o Brasil importa 72% do fósforo aplicado.

Aproxima

Ribeiro trabalha por um estreitamento na relação comercial entre Brasil e Casaquistão. O governo de seu país demonstra interesse em importar produtos daqui, sobretudo mais carne de frango. Em 2021, segundo a Deloitte, o país asiático importou 49% de tudo o que consumiu da proteína. O Brasil contribuiu com 0,6% do total.

Cooperação

A CropLife Brasil, que representa a indústria de defensivos, biológicos e sementes, quer o setor no debate sobre insegurança alimentar, energética e mudanças climáticas. “De tecnologia no agro, nosso setor tem papel fundamental nessa conversa”, diz Eduardo Leão, presidente da associação, que participará da 28.ª COP-28, em Dubai. “Como vamos combater a fome e oferecer mais energia sem afetar o clima? Não dá para solucionar essa equação sem passar por mais eficiência e mais tecnologia na produção agrícola”, defende.

Indústria da soja vai investir US$ 10 bilhões

Processadores de soja, fabricantes de óleo vegetal e biodiesel preveem aportar US$ 1 bilhão por ano nos próximos dez anos para expansão da capacidade industrial no País. O investimento foi anunciado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana.

Mercado monitora clima e safra de verão 2023/24

O plantio da safra de soja do Brasil está em andamento e a preocupação é com o clima. Uma onda de calor deve manter as temperaturas acima de 40ºC nos próximos dias no Centro-Oeste, maior região de cultivo. Já no Sul, o plantio está atrasado em virtude do excesso de chuva.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.