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CVM rejeita proposta de acordo para encerrar processo contra Unick, acusada de esquema de pirâmide

Grupo pretendia encerrar sem julgamento um processo em que é acusado de emissão e distribuição pública de valores mobiliários sem autorização do órgão regulador do mercado de capitais

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou uma proposta de acordo no valor total de R$ 500 mil apresentada pela Unick, seus sócios Leidimar Lopes e Alberi Pinheiro e o diretor jurídico da empresa, Fernando Lusvarghi. O grupo pretendia encerrar sem julgamento um processo sancionador em que é acusado de emissão e distribuição pública de valores mobiliários sem autorização do órgão regulador do mercado de capitais.

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A acusação elaborada pela área técnica da CVM afirma que as promessas de altos lucros garantidos com ganhos adicionais pela indicação de outros investidores apontam fortemente para indícios de uma estrutura de pirâmide financeira esquematizada pela Unick. O grupo usava famosos como a cantora Simony, líder do Balão Mágico nos anos 80, como garotos-propaganda.

Depois de receber denúncias de investidores, a autarquia emitiu inicialmente um alerta de atuação irregular ao mercado contra a Unick, mas a empresa e seus sócios seguiram captando recursos populares sem autorização. Depois disso, veio uma stop order (ordem de suspensão) de oferta, também sem efeito, o que levou à abertura do processo sancionador. 

 O dinheiro dos investidores era aplicado no chamado mercado de Foreign Exchange (Forex), de compra e venda de moedas, operações somente autorizadas às instituições financeiras oficiais. Esse tipo de oferta deve ser registrada na CVM, assim como a corretora que quiser atuar nesse mercado. Sem registro, a oferta é ilegal.

Em outubro, dez pessoas ligadas à cúpula da empresa Unick foram presas na Operação Lamanai, da Polícia Federal. A empresa sediada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, era investigada por atuar no mercado financeiro paralelo, sem autorização, com captação ilegal de recursos de cerca de um milhão de clientes. 

A estimativa da Polícia Federal é de que as captações da Unick, que tinha escritório no paraíso fiscal de Belize, chegaram a R$ 2,4 bilhões. As promessas de lucro garantido e prêmio mediante a indicação de outros investidores apontam para um esquema de pirâmide financeira.Após a operação, a Unick afirmou ter o compromisso de colaborar com as autoridades, prestando as informações necessárias à apuração dos fatos.

Sede da Comissão de Valores Mobiliários, no centro do Rio de Janeiro Foto: Fabio Motta/ ESTADÃO
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