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Diminui diferença entre remuneração formal e informal

Média de salários de trabalhadores com carteira é de R$ 890 e, sem, R$ 409

Por Agencia Estado
Atualização:

A diferença entre as remunerações dos trabalhadores formais e informais encolheu de 198% em 1993 para 117% em 2005. O dado faz parte de um levantamento feito pelo economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Lauro Ramos. O estudo sobre a evolução do mercado de trabalho desde a década passada mostra ainda que entre 1998 e 2005 a queda do rendimento do trabalhador nas regiões metropolitanas foi de 11%, bem acima da registrada no chamado Brasil não metropolitano (-5%). A distância atual entre os salários dos trabalhadores protegidos (R$ 890,40) e sem carteira (R$ 409,50) ainda é grande, mas caiu desde a década passada. Em 1993, o valor médio recebido pelos empregados com carteira era o triplo da média no mercado informal. Em 2005, representava o dobro. O autor do estudo considera o resultado surpreendente e afirma que a redução desta disparidade representa "uma coisa boa". Mas pondera que há um "efeito estatístico". Formalização Na prática, aumentou a formalização no mercado de trabalho no período. Mas isso se deu por meio da entrada de trabalhadores informais com baixos salários mais baixos, o que freou o crescimento da média salarial dos trabalhadores protegidos. "A assinatura de carteira se concentrou nos trabalhadores informais com baixo rendimento, gerando um efeito composição, que traz para baixo a média dos ganhos dos empregados protegidos por lei", explica Ramos. Ramos pondera que é bom reduzir a informalidade sem mecanismos artificiais . "O ideal era, além de terem se formalizado, terem registrado aumentos paupáveis de rendimentos", afirmou o economista. Grande parte dessa formalização decorre do fortalecimento da fiscalização, maior transparência das empresas e do próprio avanço do setor exportador, que, de forma geral, é predominantemente formalizado. Regiões metropolitanas O trabalho também mostra que nas regiões metropolitanas as perdas salariais foram bem superiores às registradas no interior. Ele explica que o processo de desconcentração industrial das grandes cidades para o interior aumentou a oferta de empregos de maior qualificação nas áreas não-metropolitanas. Em paralelo, as metrópoles foram as que mais sofreram com o avanço da informalidade, geralmente associada a rendimentos mais baixos. São Paulo O emprego industrial na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, encolheu 2,87% entre 1992 e 2005, passando de 1,901 milhão de postos de trabalho para 1,846 milhão. Na área não-metropolitana do estado, o contingente de trabalhadores no setor industrial cresceu 38,71% - em pouco mais de meio milhão de pessoas - e chegou a 2,079 milhões de pessoas, ultrapassando o total da área metropolitana. Especificamente em 2005, ocorreu o primeiro ganho de rendimento médio do trabalho, comparado ao ano anterior, desde 1998. O crescimento da renda no País foi de 4,4%. Dessa vez, contudo, o maior avanço foi justamente nas metrópoles, com um aumento de 4,9%. O crescimento fora destas áreas foi menor (3,4%). Ramos argumenta que as sucessivas quedas de renda nas metrópoles reduziram a base de comparação. Além disso, o dinamismo no interior, depois de um tempo, acaba se refletindo nas capitais.

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