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Ecoinovação como antítese da insustentabilidade

Setor industrial tem plano para tornar o Brasil mais competitivo

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Por Estadão Blue Studio
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O exemplo dos anos 1960, quando o desenvolvimento industrial a qualquer custo criou situações socioambientais graves, como o polo siderúrgico de Cubatão, ficou drasticamente para trás. As empresas já perceberam que a produção, sob uma visão mais ecológica, pode potencializar o seu lugar e a sua presença no próprio mercado. A compreensão ambiental na sociedade cresceu também e está alterando seus padrões de consumo.

Atualmente, o termo ecoinovação é importante no que diz respeito a política de Estado. Em setembro do ano passado, durante evento em São Paulo, o 10º Congresso Internacional de Inovação da Indústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) lançaram uma proposta de diretrizes para a criação de uma Estratégia Nacional de Ecoinovação voltada para a indústria brasileira. A justificativa do documento, segundo explicou na época Bernardo Gradin, presidente da GranBio e integrante da MEI, é enfrentar o impacto das drásticas mudanças climáticas com um movimento, já visto em outras potências mundiais, para desenvolver políticas que impulsionam a competitividade verde.

Na visão do setor industrial, valorizar a biodiversidade brasileira é um dos pilares para a ecoinovação Foto: Getty Images

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Exemplos internacionais existem hoje tanto nos Estados Unidos quanto na China. Enquanto os americanos investem mais de US$ 1 trilhão em uma agenda sustentável, a China caminha para carbono neutro até 2060. “Após a pandemia, surge uma nova ordem mundial geopolítica e comercial que terá como principais eixos a transição energética em resposta à mudança climática e uma onda de estímulos públicos e subsídios, via preço de carbono para reintegração de cadeias produtivas, como defesa de mercado e política de desenvolvimento protecionista”, analisou Gradin durante o evento. “Vivenciaremos novos paradigmas sem precedentes nos modelos de negócios, comércio exterior e na competitividade dos países, e uma palavra vai ganhar cada vez mais importância estratégica: a ecoinovação”, afirmou.

O documento que veio a público apresenta algumas ações estratégicas para acelerar a ecoinovação na indústria brasileira. A lista engloba a criação de um mercado regulado de carbono, que está travada no Senado; a harmonização regulatória sobre o acesso à biodiversidade amazônica, outro ponto sensível quando envolve o acesso aos conhecimentos tradicionais das comunidades da região que precisam ser remuneradas para isso; e o desenvolvimento de uma taxonomia sustentável para investimentos verdes no País, além de outros pontos importantes.

Entre eles, estímulos financeiros e tributários para escalar o fomento à ecoinovação na indústria brasileira por meio de formação de profissionais para trabalhar na indústria verde, ampliação do compartilhamento de risco tecnológico entre academia, institutos de pesquisa aplicada e setor empresarial, além da promoção da cooperação internacional para solucionar problemas globais. Na visão do setor industrial, valorizar a biodiversidade brasileira como uma vantagem competitiva importante é um dos pilares de um plano eficiente voltado para a ecoinovação.