A Petrobrás informou ontem que "está tomando providências internas cabíveis" sobre denúncias de um ex-diretor da empresa holandesa SBM de pagamento de propina a funcionários da estatal brasileira. A denúncia do ex-funcionário, cujo nome não foi revelado, está sendo investigada por autoridades na Inglaterra, Holanda e Estados Unidos por envolver vários países e empresas. Pagamentos de US$ 139 milhões teriam sido feitos para fechar contratos bilionários com a Petrobrás para afretamento (aluguel) de plataformas. O caso estourou na imprensa internacional na semana passada e no Brasil nesta semana. A Petrobrás disse ontem em nota ter tomado conhecimento "das denúncias de supostos pagamentos de suborno pela empresa SBM Offshore através de notícia do jornal Valor"."Até o momento a Petrobrás não foi notificada por qualquer autoridade da Holanda, Inglaterra ou dos EUA, nem por órgãos de controle do Brasil, a respeito das investigações das denúncias que se referem à SBM Offshore", disse a estatal.O afretamento de plataformas sai duas vezes mais caro para a Petrobrás do que a construção de plataforma própria. A afirmação foi feita ao Broadcast, serviço nem tempo real da Agência Estado, pelo diretor da SBM no Brasil, o francês Philippe Levy, quando falou sobre o crescimento dos contratos de afretamento com a Petrobrás há pouco mais de três meses, durante evento do setor no Rio, a OTC Brasil. No entanto, Levy disse que o aluguel é uma necessidade já que a estatal não tem capacidade financeira para construir todas as plataformas que necessita. "O afretamento (lease) é uma vantagem extraordinária para eles, pois não precisam gastar dinheiro antecipadamente. A plataforma é financiada por nós e eles só pagam só quando começam a performar, quando operam", disse Levy na ocasião. "Custa mais dinheiro, mas no fim do dia é um negócio justo."Levy, à época, disse acreditar que a Petrobrás deveria ampliar os contratos de afretamentos nos próximos anos, por falta de caixa para construir. A SBM tanto constrói plataformas para venda ou afretamento. A empresa prevê que os afretamentos representarão de 60% a 65% dos contratos, ante os 20% de hoje no Brasil. "A gente constrói e afreta, não só afretamos. O afretamento é uma oportunidade melhor para a gente", disse o diretor da SBM. / S.V.