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Balança comercial: exportações e superávit até maio são recordes para o período

País teve superávit de US$ 35,3 bilhões nos cinco primeiros meses do ano; exportações alcançaram US$ 136,4 bilhões

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Fernanda Trisotto

BRASÍLIA - O resultado das exportações brasileiras nos cinco primeiros meses do ano e o superávit do período foram recordes, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quinta-feira, 1º.

No acumulado até maio, a balança comercial registrou superávit de US$ 35,284 bilhões, com exportações de US$ 136,393 bilhões e importações de US$ 101,108 bilhões. Nos cinco primeiros meses do ano passado, o saldo havia sido de US$ 25,367 bilhões.

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Segundo o diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do ministério, Herlon Brandão, o valor das exportações no período é “inédito para a série histórica”, iniciada em 1989.

Brandão destacou que todos os setores elevaram as exportações, com destaque para o agronegócio. Apesar da variação negativa das importações para o período, de 4,6% na comparação entre 2023 e 2022, a corrente de comércio permaneceu estável devido às exportações.

Balança comercial tem superávit de US$ 35,284 bilhões entre janeiro e maio de 2023, valor recorde Foto: Werther Santana / Estadão

As exportações e o superávit apenas em maio também foram recorde absoluto em relação a qualquer mês na série histórica, segundo Brandão. No período, as exportações somaram US$ 33,1 bilhões, e as importações, US$ 21,7 bilhões. O superávit foi de R$ 11,4 bilhões.

Brandão explicou que o recorde das exportações foi puxado pelo volume. “Já adianto que tivemos embarques recordes de soja, minério de ferro e crescimento de volume de vários outros produtos”, disse.

Em contrapartida, os preços caíram 13,7% e colaboram negativamente para os resultados da balança, segundo o diretor. Em relação às importações, a queda registrada em maio — de 12,1% em relação ao mesmo mês de 2022 — ocorreu exclusivamente por causa do preço, já que o volume se manteve no mesmo patamar.

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Ritmo nos próximos meses

Brandão disse que o Brasil deve manter embarques fortes nos próximos meses, por causa da safra recorde, mas não no ritmo atual, que representou um crescimento de quase 10% nos primeiros cinco meses do ano na comparação com o mesmo período de 2022.

“Tivemos uma concentração do embarque da safra agrícola. Tem uma safra recorde de 155 milhões de toneladas esse ano, são 29 milhões de toneladas de soja a mais em relação à safra passada”, observou

Brandão afirmou que a colheita e o embarque desta safra estão um pouco atrasados e houve concentração nos meses de abril e maio, em detrimento de janeiro e fevereiro, que tiveram embarques mais baixos.

“Deve ocorrer um embarque forte nos próximos meses, vai arrefecer, mas não muito, porque tem safra recorde de milho chegando. O volume embarcado no ano deve crescer, não nesse ritmo de 10% de janeiro a maio”, disse.

Revisão das projeções

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Segundo o diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério da Indústria, a pasta deve rever as projeções para a balança comercial e a nova estimativa deve ser anunciada em julho. Isso reflete o aumento sistemático das exportações, apesar da previsão inicial de queda.

A projeção atual do MDIC é de um superávit comercial de US$ 84 bilhões em 2023. As estimativas divulgadas no começo de abril pela pasta eram de exportações de US$ 325 bilhões (queda de 2,8% em relação a 2022) e importações US$ 241 bilhões (queda de 11,8%). Essa revisão nas projeções reflete a melhora nas expectativas para a economia e comércio mundial.

Brandão disse que a revisão dos dados será feita ao longo de junho. A expectativa para exportação deve melhorar, assim como a projeção de saldo. Ainda há dúvidas sobre as importações, mas com os sinais de que o PIB pode vir melhor do que o esperado, há espaço para aumentar esse fluxo.

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O diretor ainda frisou que a volatilidade de preços é fator de incerteza para as projeções da balança.

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