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Como se proteger do golpe de aproximação e de outros? Veja dicas para evitar ações de criminosos

Sequestro de conta do WhatsApp, phishing e ligações telefônicas estão entre as formas de aplicar golpes

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Por Redação
Atualização:

Os golpes financeiros se tornam cada vez mais comuns no País, principalmente por conta da crescente popularização do uso dos meios digitais. Nesta semana, a empresa de cibersegurança Kaspersky descobriu um novo tipo de golpe, aplicado usando o vírus brasileiro Prilex, que agora é capaz de bloquear pagamentos por aproximação nos pontos de venda. Isso obriga o consumidor a inserir o cartão na maquininha, o que possibilita o roubo de dados.

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Com golpes cada vez mais sofisticados, a vida financeira dos brasileiros acaba exposta e criminosos se aproveitam da situação, aplicando golpes que incluem desde o roubo de dados por hackers até a engenharia social, método que consiste na manipulação psicológica para que a pessoa forneça informações confidenciais, como senhas de cartões e de contas.

A pandemia aumentou a base de usuários de serviços digitais dos bancos e megavazamentos de dados em 2021 colocaram na internet informações pessoais de quase todos os brasileiros – assim, praticamente todos os cidadãos são alvos de golpe em potencial. Pesquisa realizada pela IBM no início de 2022 também revelou que as fraudes financeiras são um problema que é comparativamente mais grave no Brasil que no resto do mundo.

Por isso, é importante que a população fique atenta e tome medidas para se prevenir. Alguns cuidados simples podem dificultar a vida dos golpistas e evitar a dor de cabeça que é cair em algum desses golpes. Veja abaixo dicas de como se proteger.

Como se proteger: Golpes com pagamento por aproximação

No caso do golpe que bloqueia o pagamento por aproximação, se trata de um vírus, chamado Prilex, que afeta computadores de pontos de venda. Portanto é preciso que os lojistas cuidem da segurança de suas operações - e o consumidor também pode ficar atento:

  • Se, ao tentar realizar um pagamento por aproximação, aparecer uma mensagem de erro, o consumidor não deve recorrer ao cartão físico, mas a outras alternativas de pagamento, como dinheiro ou Pix, para evitar inserir o cartão na maquininha, que é quando os dados são roubados;
  • Computadores usados para sistemas de pagamentos em pontos de venda não devem ser utilizados para outros fins e é necessário que o sistema tenha uma solução de segurança atualizada e robusta, de preferência soluções com várias camadas de proteção;
  • É importante que o consumidor acompanhe os valores emitidos na fatura do cartão e também por meio dos aplicativos dos bancos. Se detectar algum gasto indevido, é preciso entrar em contato com a instituição financeira para tentar resolver. Também é possível fazer um boletim de ocorrência.

Como se proteger: Golpes com engenharia social

Em outros golpes, que usam engenharia social, criminosos ligam para a vítima se passando por funcionários de bancos, lojas ou outros prestadores de serviços, simulando uma central telefônica, que conta até mesmo com gravações de espera e transferências de um “atendente” para outro. A ligação é convincente, com os golpistas inclusive citando dados da vítima para confirmação, informações que podem ter sido coletadas em redes sociais ou até mesmo de cadastros vazados na internet.

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Golpes visam roubar dados bancários, como número e senhas de cartões de crédito.  Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Conquistando a confiança da vítima, as quadrilhas podem tentar obter dados bancários durante a ligação, incluindo números de cartão e senha:

  • Desconfie de ligações que se dizem de bancos ou lojas, mesmo que reconhecer o número, já que existem softwares que permitem o mascaramento de qualquer número de telefone;
  • Bancos nunca ligam para o cliente pedindo dados ou solicitando a instalação de nenhum tipo de aplicativo, nem de nenhuma atualização de segurança no celular. Também nunca ligam pedindo que o cliente faça transferências;
  • Nunca passe dados e informações sensíveis por telefone.

Em alguns casos de ligações que dizem ser de bancos, os criminosos informam que a conta foi invadida ou que foram identificadas movimentações suspeitas. Eles induzem a vítima a instalar um aplicativo que afirmam que resolverá o problema - mas, na verdade, o aplicativo dá acesso remoto ao celular para que os fraudadores consigam vasculhar o aparelho para encontrar senhas e utilizar os aplicativos de bancos para cometer fraudes:

  • Tente manter a calma. Os golpistas costumam informar sobre movimentações suspeitas na conta para dar um ar de urgência às solicitações que irão fazer ao cliente, mas é preciso se acalmar para não cair no golpe;
  • Nunca forneça acesso ao seu celular ou instale aplicativos desconhecidos, seja por meio de links suspeitos recebidos, seja por meio de sites ou até das próprias lojas de aplicativos;
  • Tenha cuidado com senhas e informações importantes, nunca as deixe expostas em mensagens ou em aplicativos como bloco de notas, WhatsApp e outros;
  • Sempre monitore a sua conta corrente;
  • Troque a senha de sites, aplicativos, bancos com frequência. Nunca utilize a mesma senha em sites de compra, bancos ou qualquer outro aplicativo, o que pode facilitar a atuação dos criminosos;
  • Sempre utilize recursos de segurança disponíveis nos aplicativos, principalmente de bancos para confirmação de transações (autenticação de dupla checagem);
  • Mantenha o celular sempre atualizado e tenha um software antivírus no seu aparelho. Há softwares que funcionam como cofres digitais que podem auxiliar o usuário a deixar seus dados mais protegidos;
  • Alguns sistemas operacionais de celulares também já possuem recursos de pastas seguras e é recomendada a instalação de softwares de banco por ali. Procure no site do fabricante as instruções de instalação e de uso;
  • Na dúvida, entre em contato com o banco ou vá até a agência - no entanto, é preciso se atentar à informação a seguir.

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Nas ligações, os golpistas também solicitam que o cliente desconfiado desligue o telefone e ligue para o banco para confirmar a veracidade das informações. Mas os golpistas, em ligações por telefone fixo, conseguem “prender” a linha por até 5 minutos após o cliente ter desligado, segundo informações do Banco do Brasil. Se o cliente ligar imediatamente e pelo mesmo telefone, o próprio golpista atenderá a ligação e se passará pela central de atendimento:

  • O mais recomendado é que o consumidor utilize outro dispositivo telefônico para contatar o banco (e não o mesmo em que ele recebeu a ligação). É preciso se atentar para ligar nos números oficiais da instituição financeira. Outra opção é ir presencialmente até a agência.

Como se proteger: Sequestro de conta de WhatsApp

Há ligações que também visam sequestrar a conta de WhatsApp da vítima.

Os falsos atendentes solicitam que a vítima confirme um código recebido por SMS - é o código utilizado para ativar a conta do WhatsApp em outro aparelho, fazendo com que a vítima perca o seu acesso. A partir daí, os golpistas passam a tentar extorquir dinheiro dos contatos da conta:

  • Nunca passe senhas e códigos de confirmação a terceiros, nem por telefone, nem por outros meios. Bancos e lojistas não solicitam essas informações.

Como se proteger: Golpes por phishing

Outros golpes comuns se utilizam de phishing, técnica que envia e-mails ou mensagens de texto com mensagens de atualização de segurança do aplicativo do banco ou do celular, ou outras informações falsas, que induzem a clicar em links maliciosos:

  • Nunca clique em links desconhecidos recebidos por e-mail, redes sociais, mensagem de texto ou WhatsApp.

Como se proteger: Golpes em compras online

Também é preciso ter cuidado no momento de realizar compras online. Mensagens de e-mail ou de texto podem divulgar falsas promoções em lojas, fazendo o usuário clicar em links maliciosos ou preencher formulários com seus dados para ter acesso a descontos inexistentes:

  • Desconfie de promoções que parecem muito mirabolantes, com preços muito baixos. Geralmente, se tratam de golpes;
  • Nunca clique em links recebidos, nem forneça informações pessoais em sites que alegam ter promoções ou descontos;
  • Golpistas podem clonar sites de grandes lojas para o consumidor pensar que está comprando no site verdadeiro. Por isso, ao comprar em lojas já conhecidas, é recomendado que a pessoa digite o link, com cuidado, para realmente entrar no site verdadeiro;
  • Em compras pelo celular, sempre utilize os aplicativos oficiais das lojas;
  • O uso de antivírus é muito importante. Alguns desses programas detectam sites falsos - esse serviço, no entanto, costuma estar disponível somente nas versões pagas;
  • Em relação às formas de pagamento nas compras online, o recomendado é o uso de carteiras digitais, que oferecem mais segurança aos dados, ou o cartão de crédito virtual oferecido pelos bancos. Nunca salve os dados do cartão de crédito físico nos sites;
  • Para verificar se um site desconhecido é seguro, reúna o máximo de informações da página, confira se há um CPNJ, verifique o CNPJ no site da Receita Federal, identifique o endereço e verifique se ele existe. Também é possível pesquisar a reputação da página em sites como o Reclame Aqui, por exemplo. O Procon-SP também disponibiliza uma lista de sites de empresas que são más fornecedoras e devem ser evitadas;
  • Outros cuidados na hora de fazer compras online são nunca utilizar redes de wi-fi públicas e nunca repetir senhas para acessar diversos sites de compras - é preciso ter uma senha para cada.

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