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Governo alemão vai monitorar programa de estímulo do BCE

Para presidente do banco central da Alemanha, há o perigo da compra de títulos de baixa qualidade a preços inflados

Por BERLIM
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A Alemanha planeja aguardar e ver como o controverso novo plano de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) se desenrola e também pretende monitorar o programa, disse ontem um porta-voz do Ministério das Finanças.O plano do BCE de comprar pacotes securitizados de dívidas atraiu fortes críticas de autoridades alemãs, incluindo as do chefe do banco central alemão, do ex-economista chefe do BCE e de aliados da chanceler Angela Merkel.Na última quinta-feira, o BCE apresentou seus planos para comprar os chamados títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês), que são uma opção de investimento que tem como base os empréstimos concedidos por bancos a empresas ou pessoas físicas, incluindo cartões de crédito e financiamento de veículos. Esses títulos são normalmente vendidos para outros bancos, mas têm sido cada vez mais comprados por seguradoras, fundos de pensões e, agora, até o BCE."Vamos esperar por isso, definitivamente vamos observar isso", disse o porta-voz do Ministério das Finanças, Martin Jaeger, sobre o plano. O BCE começará as compras de ABS antes do final do ano.O presidente do Bundesbank, o banco central alemão, Jens Weidmann, alertou na revista alemã Focus no domingo de que há o perigo de que o BCE compre "securitizações de empréstimo de baixa qualidade" a preços inflados como parte de seu programa de compra de títulos.Indústria. As preocupações com os próximos passos do Banco Central Europeu se justificam por conta do momento da economia alemã. As encomendas à indústria do país caíram fortemente em agosto, afetadas pelos feriados escolares e pelo ambiente econômico fraco na zona do euro, de acordo com o Ministério da EconomiaAs encomendas recuaram 5,7% em agosto na comparação com julho, segundo dados com ajustes sazonais.O número veio muito abaixo das projeções de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que estimavam queda menos intensa, de 2,4% no indicador. Na comparação anual, não ajustada, o índice registrou recuo de 1,3% em agosto ante o mesmo mês do ano passado. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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