Governo central tem déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto, diz Tesouro

Em 12 meses até agosto, déficit nas contas públicas foi de R$ 227,5 bilhões, o equivalente a 1,98% do PIB

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BRASÍLIA - As contas do governo central registraram déficit primário em agosto. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 22,404 bilhões. O resultado sucedeu o déficit de R$ 9,283 bilhões em julho.

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O valor do rombo já havia sido publicado pelo governo no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do Tesouro Nacional na segunda-feira, 30. As publicações de dados do Tesouro estão sofrendo atrasos em razão da mobilização dos servidores. A divulgação oficial do resultado das contas aconteceu nesta quinta-feira, 3.

Em agosto do ano passado, o saldo (que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) havia sido negativo em R$ 26,730 bilhões, em valores nominais.

Receitas tiveram alta de 9,6% em agosto em relação a igual mês do ano passado Foto: Fábio Motta/Estadão

O resultado do oitavo mês do ano veio praticamente em linha com as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 22,30 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. O intervalo das estimativas variava de déficit de R$ 25 bilhões a superávit de R$ 8,50 bilhões.

No acumulado do ano até agosto, o governo central registrou déficit de R$ 99,997 bilhões. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 105,884 bilhões, em termos nominais.

Em agosto, as receitas tiveram alta de 9,6% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado, houve alta real de 8,8%. Já as despesas subiram 2% em agosto, já descontada a inflação. No acumulado destes oito meses, a variação foi positiva em 7,1%.

Em 12 meses até agosto, o governo central apresenta déficit de R$ 227,5 bilhões, equivalente a 1,98% do PIB. Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos. No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, as despesas obrigatórias somaram 18,4% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,8% em relação ao PIB no mesmo período.

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Para 2024, o governo persegue duas metas. Uma é a de resultado primário, que deve ser neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra é de limite de despesas, que é fixo em R$ 2,089 trilhões neste ano.

No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em setembro, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,3 bilhões nas contas deste ano.

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