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Haddad quer repetir na Fazenda modelo de controle de gastos que usou na Prefeitura de São Paulo

Futuro ministro da Fazenda tem dito a interlocures próximos que não tomou medidas populistas, mas fez ações necessárias para tornar o município com capacidade de investimento

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Por Adriana Fernandes

BRASÍLIA - O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer usar a sua gestão de finanças em São Paulo como modelo de controle de gastos e fala em “DNA” libanês.

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Prefeito de São Paulo de 2013 a 2016, Haddad tem reforçado a interlocutores, nas conversas dos últimos dias em Brasília, que a sua gestão na prefeitura de São Paulo (um dos maiores orçamentos do País) foi marcada não só pela concessão do grau de investimento pela agência internacional de classificação de risco Fitch, mas pela redução da dívida, caixa com recursos para investimentos, atuação do lado receitas, despesas e reestruturação das carreiras.

Em uma das conversas com um desses interlocutores em Brasília, perguntaram diretamente a Haddad se ele era fiscalista ou desenvolvimentista. A resposta foi rápida: “sou libanês”. Seu pai, Khalil Haddad, emigrou do Líbano para o Brasil aos 24 anos, onde se estabeleceu como comerciante.

Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e futuro ministro da Fazenda do governo Lula Foto: Ton Molina/AP

A fala foi interpretada como um contraponto às críticas de que seria um ministro da fazenda gastador, um das preocupações dos economistas do mercado financeiro em razão do aumento de gastos já contratado com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, em tramitação no Congresso com impacto que pode superar R$ 168 bilhões em 2023.

Depois da indicação de Lula, um das cobranças de renomados especialistas em contas públicas é que Haddad na negociação da votação da Câmara trabalhe agora para reduzir o impacto da PEC, incluindo a flexibilização para gastar R$ 23 bilhões em investimentos fora do teto de gastos e as novas exceções incluídas no texto aprovado pelo Senado. Haddad foi poupado por Lula nas negociações da PEC.

Em contraponto à desconfiança com a sua condução da política econômica, o futuro ministro, segundo relatos obtidos pelo Estadão, apontou que na prefeitura não tomou medidas populistas, mas fez ações necessárias para tornar o município com capacidade de investimento. O resultado, tem repetido ele nas conversas, foi que o governo da cidade se tornou um credor líquido. Ou seja, com caixa maior do que todos os seus compromissos de curto, médio e longo prazo.

Em artigos publicados nos últimos anos, o futuro ministro apontou equívocos feitos no governo Dilma Rousseff. Uma sinalização que não deixaria eles se repetirem sob a sua gestão.

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Na fase de formação da sua equipe no Ministério da Economia, Haddad vem sendo cobrado a apresentar um quadro técnico que mostre o compromisso com a sustentabilidade das contas públicas. A equipe ainda não está formada, mas ele deve conceder uma entrevista para anunciar os primeiros nomes da sua equipe.

Segundo apurou o Estadão, o economista Gabriel Galípolo, ex-CEO do Banco Fator, foi convidado por Haddad para ser o secretário-executivo da Fazenda, cargo de vice-ministro, o número 2 da equipe. Antes cotado para o BNDES, a expectativa é que Galípolo aceite o convite. Os economistas Bernard Appy e Guilherme Mello também estão cotados para o time. Outros nomes também aparecem na lista como Marco Bonomo, do Insper, e Felipe Salto, atual secretário de Fazenda de São Paulo.

Nesta terça-feira, Haddad terá reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe e também com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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