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‘É ideia errada dizer que o varejo do Brasil está em crise. Não está’, afirma Abilio Diniz

Empresário diz que está ‘faltando ambição para um crescimento maior’ e que País não pode se contentar com ‘crescimento anual de 2,5%, 3%’

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)

O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho da Península e conselheiro do Carrefour Brasil e Global, afirmou nesta quinta-feira, 9, considerar como errada a ideia de que o varejo do Brasil está em crise. “Não está”, disse em evento do Itaú, durante debate com empresários.

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Diniz citou dados para mostrar que não há crise no setor: o consumo das famílias, que havia declinado no primeiro trimestre, subiu no segundo e voltou a subir no terceiro, e deve fechar o ano em alta; o aumento do Bolsa Família está ajudando o consumo; a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) está projetando crescimento positivo em 2023 para os supermercados.

“No varejo de alimentação não tem crise”, disse Diniz. Já no varejo de bens duráveis, que depende do crédito para crescer, o cenário é mais desafiador, devido aos juros altos.

Abilio Diniz diz que Brasil está em um bom momento Foto: Fábio Motta/Estadão

Sobre os juros, Diniz afirma acreditar que as taxas vão seguir em queda pelo Banco Central, mas não vão cair muito em 2024. E uma das razões principais é a política monetária dos Estados Unidos, que será um limitador para um corte maior no Brasil. Com a inflação mais resistente lá fora, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não vai conseguir cortar muito as taxas.

“Acredito em inflação cadente, não acredito em taxa de juros baixando fortemente no ano que vem, porque Estados Unidos não vão baixar”, afirmou o empresário.

Falta de ambição

Ainda durante o evento, o empresário avaliou que o Brasil está em um bom momento, com desemprego e inflação caindo, juros altos, mas em queda. Ele, porém, cobrou maior crescimento da economia, na medida em que considera insuficiente o que vem sendo previsto para este ano (3%) e 2024 (2,5%).

“Está faltando ambição para um crescimento maior”, disse em evento do Itaú, em debate com outros empresários, como Rubens Ometto (Cosan) e Eugênio Mattar (Localiza). “Estamos falando em crescimento de 3% este ano e 2,5% em 2024, é pouco”, disse ele. “Não podemos nos contentar com crescimento anual de 2,5%, 3%.”

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