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Índice de desemprego cai a 7,5% em outubro

Taxa é a menor desde 2002. Renda teve maior recuo em quase 3 anos

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Jacqueline Farid e Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

Em meio ao agravamento da crise global, o mercado de trabalho metropolitano no País mostrou queda no desemprego, aumento no número de contratações e na ocupação com carteira assinada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem taxa de desemprego de 7,5% em outubro, ante 7,6% no mês anterior. O rendimento médio real, porém, caiu 1,3% ante setembro, o maior recuo em quase três anos. A expectativa de analistas é que a crise só venha a afetar o mercado de trabalho brasileiro a partir de 2009. O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, disse que é provável que o ano de 2008 apresente a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE, iniciada em 2002. A taxa de outubro já foi a menor, para o mês, desde o início da série. Na média de janeiro a outubro, o nível de desemprego também já é o menor da série, com média de 8%, ante 8,6% em igual período de 2007. Segundo Azeredo, a crise não afetou o trabalho porque a economia brasileira ainda mostra vigor. Em outubro, não houve redução de postos de trabalho. O número de ocupados aumentou 0,8% ante setembro, com a criação de 176 mil vagas. Em relação a outubro de 2007, a ocupação subiu 4%, o equivalente a 855 mil contratações. Segundo ele, um dos primeiros sintomas da crise no mercado de trabalho costuma ser o aumento da informalidade, o que também não ocorreu em outubro. O número de ocupados com carteira assinada, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, prosseguiu em alta e subiu 1,9% ante setembro e 7,3% ante setembro do ano passado. Do total de 855 mil vagas criadas em outubro, em comparação com igual mês de 2007, a maior parte, ou 673 mil, são com carteira. Analistas econômicos avaliam que o aquecimento do mercado de trabalho está garantido até o fim do ano, mas deverá mudar em 2009. Para Claudia Oshiro, da Tendências Consultoria, os empresários, principalmente na indústria, vão optar por reduzir turnos e dar férias coletivas antes das demissões. Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, o desemprego continuará a cair nos próximos dois meses, por causa da contratação de temporários de fim do ano. Ele acredita que o desemprego e a renda só vão mudar de rumo a partir do segundo semestre de 2009. RENDA Apesar da queda de 1,3% na renda real em outubro ante setembro - a maior desde janeiro de 2006 -, Azeredo avalia que a tendência ainda é de alta. Em outubro, a renda média real nas seis regiões pesquisadas foi de R$ 1.258,20 e, na comparação com igual mês do ano passado, aumentou 4,5%.

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