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Argentina vai emitir notas de 10 mil pesos; inflação no país está em 287% ao ano

Nova nota vale cinco vezes mais do que a maior nota hoje em circulação e equivale a cerca de US$ 10

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Por Redação

Os preços na Argentina subiram tanto nos últimos meses que o governo multiplicou por cinco o tamanho de sua maior nota em circulação, para 10 mil pesos, o equivalente a cerca de US$ 10 dólares (cerca de R$ 57,74, na cotação atual).

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O anúncio do Banco Central na terça-feira, 7, promete aliviar o fardo de muitos argentinos que precisam carregar bolsas gigantescas - às vezes malas - cheias de dinheiro em espécie para realizar transações simples. A taxa de inflação anual na Argentina atingiu 287% em março, uma das mais altas do mundo.

A nova nota deve ser lançada no próximo mês e “facilitará as transações entre os usuários”, disse o banco central. A nota de 10 mil pesos tem um valor de US$ 11 dólares na taxa de câmbio oficial do país e US$ 9 dólares na taxa de câmbio do mercado paralelo. O Banco Central da Argentina anunciou que posteriormente este ano introduzirá uma nota ainda maior, de 20 mil pesos.

Foto divulgada pelo Banco Central da Argentina com a nova nota de 10 mil pesos  Foto: AFP PHOTO / CENTRAL BANK OF ARGENTINA

Em toda a Argentina, o dinheiro em espécie - especificamente as onipresentes notas de mil pesos - continua sendo a forma de pagamento mais popular. Quando foi impressa pela primeira vez em 2017, a nota de mil pesos valia US$ 58 dólares no mercado paralelo. Agora, vale um dólar.

Dada a instabilidade desencadeada pela pior crise financeira da Argentina em duas décadas, os vendedores preferem o pagamento em dinheiro para grandes compras e oferecem descontos consideráveis para incentivar as notas de papel em vez de transferências eletrônicas.

Durante sua campanha, o presidente argentino, o libertário Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro passado, prometeu controlar a inflação e estabilizar a moeda local revertendo as políticas dos governos de esquerda anteriores, que imprimiram dinheiro para financiar o gasto público. Mas, enquanto isso, sua política de austeridade severa elevou os preços a níveis comparáveis aos dos Estados Unidos e da Europa, agravando os problemas econômicos dos argentinos comuns.

Está prevista uma greve em massa em todo o país nesta quinta-feira, 9, a última de uma série de protestos. Apesar da inflação anual ainda ser alta, Milei insiste que seu plano está funcionando, com base na desaceleração gradual da taxa de inflação mensal desde dezembro passado.

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Confiantes de que os preços ao consumidor podem continuar caindo, os funcionários do banco central reduziram a taxa de juros de referência três vezes no mês passado. As novas notas de 10 mil pesos apresentam pequenas representações artísticas de Manuel Belgrano, um dos pais fundadores da Argentina, e de María Remedios del Valle, uma argentina negra e capitã do exército que ganhou fama lutando na Guerra de Independência do país. /ApEsp

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