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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião|2023: da desconfiança à superação

Não foi um ano inesquecível, mas renovou a confiança de que o País é resiliente

Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

O Brasil encerra 2023 em clima positivo. Não foi um ano inesquecível, daqueles deslumbrantes, mas renovou a confiança de que somos um País resiliente, que faz da capacidade de superação uma de suas principais características. Entre os vários fatores que compõem esse mosaico, os principais são a robustez da democracia, a volta do diálogo civilizado entre os Poderes e o deslocamento da questão fiscal para o centro das prioridades pelo governo e o Congresso.

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Graças a esse ambiente favorável e aberto ao diálogo, avançamos em algumas pautas econômicas cruciais para o futuro das próximas gerações, como o arcabouço fiscal, que coloca um limite à expansão dos gastos públicos, e a reforma tributária. Mesmo tendo realizado algumas alterações que desvirtuaram o projeto original, é um sinal de que as ideias pragmáticas começam a prevalecer.

Os indicadores econômicos melhoraram ao longo de 2023. O FMI aumentou as projeções de crescimento do PIB mundial de 2,9% para 3% e as do Brasil, de 1,2% para 3,1%. No que se refere ao PIB, a realidade questiona as previsões mais sombrias que apontavam até para um fim de ano recessivo.

Os juros internacionais subiram e deram sustos, mas, tudo indica, já se estabilizaram. A Selic encerra o ano em 11,75%. As projeções são de que acabe o próximo ano em um dígito. Nesse caso, o que importa é preservar o sinal da curva descendente da taxa.

Se o Brasil apresentou boa forma e saúde, o mesmo não ocorre no mundo. Guerras nunca são bem-vindas e os conflitos na Europa e no Oriente Médio abalaram os valores e princípios básicos humanitários.

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FMI aumentou a estimativa de crescimento do PIB brasileiro de 1,2% para 3,1% Foto: Fábio Motta/Estadão

O aquecimento global também vem sendo fonte de preocupação a cada ano. 2023 foi o mais quente em 125 mil anos, segundo os cientistas.

O crescimento do uso da inteligência artificial se espalhou. Ela faz parte das ferramentas substitutas da mente que têm potencial para contribuir para a saúde, a educação, a eficiência de empresas e políticas públicas. Como toda máquina, essa também precisa ser usada com cuidado, pois pode ter efeitos perversos, como a propagação de desinformações. É uma questão ainda em escrutínio ético, na minha avaliação.

De volta à economia brasileira, as projeções mostram uma reversão poucas vezes vista. O saldo da balança comercial do ano saltou de US$ 56 bilhões, em janeiro, para cerca de US$ 90 bilhões. A inflação (IPCA) caiu de 5,4% para 4,5%. E o desemprego foi reduzido de 9% para 7,7%.

Há motivos para comemorar 2023 no Brasil. Sobre 2024, discutiremos nas próximas colunas. Boas festas a todos!

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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