BRASÍLIA - Os economistas e analistas do mercado financeiro elevaram suas estimativas para o dólar ao fim deste ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central (BC) mostrou que a projeção para a cotação do dólar no fim de 2017 subiu de R$ 3,20, na semana passada, para R$ 3,25. Há um mês, estava em R$ 3,16. A estimativa para o câmbio médio de 2017 foi de R$ 3,19 para R$ 3,20, também em elevação em relação aos R$ 3,17 projetados um mês antes.
Já a projeção para o câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,30 pela nona semana consecutiva. A estimativa para o câmbio médio no próximo ano subiu de R$ 3,26 para R$ 3,27 - quatro semanas atrás, era de R$ 3,24.
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PIB. A alta na expectativa para a cotação do dólar foi uma das poucas novidades do Focus em relação ao último relatório. A projeção de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano seguiu em 0,73%. Há um mês, a perspectiva já estava em 0,73%.
Já para 2018, o mercado elevou levemente a previsão de alta do PIB, de 2,50% para 2,51%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,50%.
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O BC informou nesta segunda-feira que o IBC-Br, tido como uma "prévia" do PIB, subiu 0,40% em setembro na comparação com agosto, na série com ajuste sazonal. Em relação a setembro do ano passado, o índice sem ajuste sazonal subiu 1,30%. No acumulado de 2017 até agosto, o IBC-Br acumula leve alta de 0,43%.
Em 21 de setembro, o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) trouxe as projeções atualizadas do BC para o crescimento do PIB: 0,7% em 2017 e 2,2% em 2018.
Inflação. Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o IPCA - o índice oficial de preços - para este ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado há pouco pelo BC, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 seguiu em 3,09%. Há um mês, estava em 3,06%.
Já a projeção para o índice de 2018 caiu de 4,04% para 4,03%, ante 4,02% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente acima do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%).
No dia 10 de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de outubro subiu 0,42%. No ano, a inflação acumulada é de 2,21% e, nos 12 meses até setembro, de 2,70%.
No último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), as projeções do BC para o IPCA ficaram em 3,3% para 2017, 4,3% para 2018 e 4,2% para 2019.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus seguiu em 3,03%. Portanto, estas casas também preveem que o BC cumprirá a meta, já que a inflação ficará acima do piso de 3,0%. Para 2018, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,95%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,05% e 4,00%, respectivamente.
Taxa de juros. Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017 e 2018.
O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano permaneceu em 7,00% ao ano pela décima semana consecutiva. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 também seguiu em 7,00% ao ano, pela nona semana seguida.
No dia 25 de outubro, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 8,25% para 7,50% ao ano. No comunicado que acompanhou a decisão, o colegiado sinalizou a intenção de aplicar um corte ainda menor em dezembro - provavelmente de 0,50 ponto porcentual, na visão de boa parte do mercado.
No Focus desta segunda-feira, a Selic média de 2017 seguiu em 9,84% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era a mesma. No caso de 2018, a Selic média foi de 6,94% para 6,88%, ante 7,00% de quatro semanas atrás.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 7,00% ao ano, mesmo patamar projetado há uma semana e há um mês. Para 2018, a expectativa seguiu em 6,50%, o mesmo porcentual projetado uma semana. Um mês atrás, a projeção era de 7,00%.
Produção industrial. No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2017 passou de um avanço 1,96% para uma alta de 2,00%. Há um mês, também estava em 2,00%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,73% para 2,96%, ante 2,73% de quatro semanas antes.
Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 continuou em 52,30%. Há um mês, estava em 52,23%. Para 2018, a expectativa no boletim Focus foi de 55,81% para 55,71%, ante 55,90% de um mês atrás.
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